O mundo dos games está cheio de histórias do tipo “e se isso tivesse acontecido?”. Momentos que poderiam ter mudado completamente o mercado, mas que, por algum motivo, nunca saíram do papel.
A Nintendo, com sua longa trajetória, já esteve no centro de várias dessas possibilidades, algumas provocadas por suas próprias decisões e outras vindas de terceiros. Uma dessas histórias pouco conhecidas envolve nada menos que a Disney.
Quem trouxe essa informação foi Robert Carter, ex-funcionário da Disney, que trabalhou diretamente com Bob Iger, atual CEO da empresa.
Segundo Carter, a Disney chegou a considerar seriamente a ideia de adquirir a Nintendo em 2016.
A revelação aconteceu durante uma recente participação no podcast Side Scrollers, onde ele falava sobre tentativas frustradas da Disney de comprar estúdios de anime japoneses, incluindo o Studio Ghibli.
“Em 2016, quando a Disney ainda estava em um momento muito forte, chegou a existir uma conversa interna sobre comprar a Nintendo”, disse Carter.
A reação dos entrevistadores foi de pura surpresa, mas ele não deu muitos detalhes além de afirmar que “a Nintendo não estava interessada nem um pouco”.
O momento pode ser assistido no vídeo abaixo:
Por que a Nintendo não aceitaria?
A resistência da Nintendo a esse tipo de negociação faz sentido. A empresa toma várias precauções para evitar aquisições indesejadas, incluindo reservas financeiras robustas e estratégias para recomprar ações sempre que possível.
Essa postura também ficou evidente em documentos vazados da Microsoft, onde o chefe do Xbox, Phil Spencer, mencionou um desejo semelhante:
“Conseguir a Nintendo seria um momento de destaque na carreira e, sinceramente, acredito que seria bom para ambas as empresas. Só que está levando muito tempo para a Nintendo perceber que seu futuro está longe do próprio hardware”, disse Spencer na época.
Uma visão que, olhando para o desempenho atual da Nintendo, não envelheceu muito bem.
O que a Disney queria com a Nintendo?
Se a compra tivesse ocorrido, poderia ter sido um grande movimento para a Disney, que, historicamente, tem uma relação instável com o mundo dos games.
Mesmo tendo lançado diversos jogos e feito parcerias importantes, como com a Square Enix em Kingdom Hearts, a empresa nunca se dedicou de fato à indústria.
Em 2016, a Disney vivia um momento de grande sucesso. O Universo Cinematográfico da Marvel continuava lançando filmes bilionários, e a nova trilogia de Star Wars havia começado com força total.
Com tanto dinheiro circulando, a empresa parecia disposta a explorar novos territórios, e a Nintendo poderia ter sido um caminho natural para essa expansão.
Por outro lado, 2016 não foi um grande ano para a Nintendo. O Wii U estava sendo um fracasso comercial, e tudo dependia do sucesso de seu próximo console, o Nintendo Switch.
Havia até especulações de que, caso a nova aposta não desse certo, a empresa poderia seguir o caminho da SEGA e focar apenas em jogos, sem lançar novos consoles. No entanto, sabemos como essa história terminou: o Switch foi um sucesso absoluto.
Um negócio que nunca aconteceu
Ainda que a possibilidade de compra tenha sido discutida, muitos fatores teriam impedido um acordo desse porte.
Além da resistência da própria Nintendo, é provável que questões regulatórias dificultassem ainda mais qualquer negociação.
No fim das contas, a Nintendo seguiu seu próprio caminho e se recuperou com o sucesso do Switch, enquanto a Disney continuou mantendo distância do mercado de games.
Ainda assim, imaginar um mundo onde Mario e Mickey estivessem sob o mesmo teto é um daqueles pensamentos curiosos que fazem a gente refletir sobre como o cenário dos jogos poderia ter sido diferente.