Ex-CEO da Disney entra na briga sobre suspensão de Jimmy Kimmel

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A decisão da Disney de suspender indefinidamente o programa Jimmy Kimmel Live! continua gerando fortes reações dentro e fora da indústria do entretenimento. O motivo foi o comentário do apresentador sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, que provocou queixas de figuras ligadas ao governo. Agora, até mesmo um ex-CEO da companhia resolveu se manifestar publicamente contra a medida.

Michael Eisner, que comandou a Disney entre 1984 e 2005, publicou uma crítica dura à atual gestão, liderada por Bob Iger e pela executiva Dana Walden. Em uma mensagem no X (antigo Twitter), ele escreveu: “Onde foi parar toda a liderança?”

Eisner afirmou que a decisão de tirar Kimmel do ar logo após as ameaças do presidente da FCC, Brendan Carr, mostra um cenário de “intimidação fora de controle”. Ele ainda ironizou a Constituição dos Estados Unidos ao escrever:

“Talvez a Constituição devesse dizer: ‘O Congresso não fará nenhuma lei restringindo a liberdade de expressão ou de imprensa, exceto por interesse político ou financeiro pessoal’.”

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Apesar de não citar nomes diretamente, as críticas foram claramente direcionadas a Bob Iger e Dana Walden, responsáveis por aprovar a suspensão. Eisner encerrou suas declarações dizendo que considera Kimmel “muito talentoso e engraçado”.

O posicionamento chama atenção porque o ex-CEO apoiou Iger recentemente, quando o atual líder da empresa enfrentou um embate com investidores. Além disso, foi durante a gestão de Eisner que a Disney adquiriu a ABC, emissora que hoje exibe o programa de Kimmel.

A pressão sobre Bob Iger

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A volta de Bob Iger ao comando da Disney, após a saída de Bob Chapek, tem sido marcada por decisões polêmicas. Ele já foi alvo de críticas durante as greves de roteiristas e atores em Hollywood e também esteve envolvido em um acordo milionário com a administração de Donald Trump, em um processo de difamação.

Dessa vez, a suspensão de Jimmy Kimmel abriu uma crise que pode abalar ainda mais sua imagem. Além das críticas públicas, há relatos de insatisfação dentro da própria empresa, com funcionários desapontados pela forma como a decisão foi conduzida.

Enquanto as discussões continuam, o retorno do programa permanece incerto. De acordo com o Deadline, executivos da Disney, incluindo Dana Walden, estão em conversas com Kimmel e sua equipe desde quinta-feira, mas não há sinais de acordo próximo.

A relação entre as partes não parece das melhores. Pessoas ligadas ao apresentador acreditam que as chances de o programa voltar ao ar são pequenas, já que existiriam divergências sobre os rumos e o formato da atração.

Jimmy Kimmel, que há anos critica Donald Trump em seus monólogos, dificilmente aceitaria mudanças impostas pela emissora. Essa resistência aumenta a distância entre as duas partes e coloca em dúvida se o programa terá continuidade na ABC.

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