Eva Longoria está à frente de Necaxa, nova série documental do FX produzida pelos criadores de Bem-vindos ao Wrexham, mas desta vez voltada ao futebol mexicano. Além de ser produtora executiva, a atriz também aparece em cena, acompanhando de perto a rotina de um time histórico que hoje luta para reencontrar seus dias de glória.
Para Longoria, a grande força do esporte está nas emoções genuínas que ele provoca.
“Esse drama e essas emoções são coisas que você não consegue escrever em um roteiro”, disse a atriz em entrevista para a NBC News. “É isso que faz você querer voltar sempre para acompanhar.”
Assim como em Bem-vindos ao Wrexham, a produção conta com o apoio de Ryan Reynolds e Rob McElhenney, e mostra os bastidores de jogadores, torcedores e famílias que mantêm a esperança de ver o Necaxa novamente entre os grandes da Liga MX.
“O time não é só sobre ganhar ou perder. Há muito acontecendo nos bastidores, com técnicos, preparadores, funcionários, a cidade, os torcedores. Os jogadores têm problemas em casa, lidam com lesões. Muita coisa influencia na hora de conquistar um título”, explicou Longoria.
Diego González, ex-jogador e atual assessor de imprensa do clube, reforçou esse sentimento de união.
“Necaxa, para mim, é realmente uma família. Passamos mais tempo aqui do que em casa, então acaba virando nossa família. É isso que me motiva a fazer parte”, contou.
Da infância no Texas às arquibancadas mexicanas
Eva Longoria também relacionou a paixão pelo futebol com sua própria história. Criada no Texas, ela lembra que, para sua família, a palavra futebol tinha outro significado: o futebol americano.
“Meu pai era torcedor fanático do Dallas Cowboys, então toda a família era. Minhas melhores lembranças de infância são nos jogos ou assistindo às partidas dos Cowboys. Cresci nos anos 1990, quando eles conquistaram três campeonatos”, recordou.
No mesmo período, o Necaxa vivia um dos seus melhores momentos, levantando três títulos da liga mexicana.
Mas a última conquista veio em 1998, e desde então o clube tenta recuperar sua força, enfrentando altos e baixos no campeonato.
As origens do Necaxa
O Necaxa foi fundado em 1923 pelo engenheiro escocês William H. Fraser, dono da Light and Power Company no México. O nome do clube faz referência à represa de Necaxa, no estado de Puebla, uma das principais usinas hidrelétricas da época.
Por isso, o time ganhou na época o apelido de “Los Electricistas”. Ainda nos anos 1930, conquistou quatro títulos nacionais, considerados sua era de ouro.
Mais tarde, já na década de 1990, craques como Cuauhtémoc Blanco, Alberto García Aspe e Luis Hernández vestiram a camisa do clube, consolidando a imagem do Necaxa como vitrine de grandes jogadores.
Defensor do time na atualidade, Emilio Lara destacou essa tradição: “Acho que o Necaxa revelou muito mais jogadores do que qualquer outro clube mexicano. O time é um trampolim para os atletas”.
O capitão Alexis Peña também reforçou o espírito de luta que move a equipe. “Sou muito apaixonado e acho que isso aparece no meu estilo de jogo. Defender essa camisa é algo que eu faria com minha vida”.
Sofrimento como parte da identidade
Eva Longoria observou que, entre os torcedores do Necaxa, existe até um ditado que define a experiência de acompanhar o clube.
“Há um ditado em espanhol: você não é torcedor do Necaxa se não sofrer. Eles acreditam que precisam sofrer para vencer. Então, aceitam esse sofrimento”, comentou, rindo.
Essa relação de entrega, mesmo em meio às dificuldades, é o que torna a história do clube tão atrativa para a série.
A produção não apenas acompanha os jogos, mas também mostra a vida fora de campo e revela como cada vitória ou derrota influencia nas famílias, nos vestiários e em toda a comunidade ligada ao Necaxa.
A série Necaxa já está disponível no Disney+.