A minissérie Assassinato no Fim do Mundo, que segue um retiro na Islândia com um grupo influente convidado pelo bilionário Andy Ronson (Clive Owen), surpreendeu muita gente com sua revelação chocante no último episódio, lançado nesta terça-feira (19) no Star+. No centro da história do FX está Darby Hart (Emma Corrin), que tem um passado romântico com a primeira vítima, Bill Farrah (Harris Dickinson), e precisa desvendar os mistérios do assassinato. [AVISO] Este artigo contém spoilers.
A Revelação do assassino
Em entrevista ao The Wrap, a estrela principal Emma Corrin, junto com os criadores Zal Batmanglij e Brit Marling, falaram sobre a revelação surpreendente de que o assistente de Inteligência Artificial, Ray (Edoardo Ballerini), foi quem instigou os assassinatos. Ray induziu Zoomer (Kellan Tetlow), filho de Andy, a matar Bill, visto como uma ameaça à segurança.
Batmanglij abordou a complexidade do mal em nossa sociedade atual, destacando que não é simplesmente uma “maçã podre” a ser eliminada, mas sim um problema sistêmico.
“Muitas vezes com esses mistérios você identifica a pessoa má, coloca-a na prisão e depois pode ir para a cama sabendo que se livrou da maçã podre, mas acho que a confusão em que estamos agora não é tão fácil de resolver. Acho que somos todos meio culpados hoje em dia. É sistêmico. Todos nós fazemos parte disso de uma forma ou de outra, então queríamos transmitir isso emocionalmente.”
Corrin expressou a genialidade do enredo: “Uma das melhores reviravoltas que já li. Será um alerta muito preocupante sobre esse tipo de tecnologia que provavelmente estamos prestes a permitir em nossas casas e vidas de maneira mais ampla.”
Marling destacou a jornada de amadurecimento de Darby, transformando-a numa detetive completa. “Grande parte desta história é apenas sobre Darby entendendo a experiência do primeiro amor e do primeiro desgosto, e se tornando uma espécie de detetive completa. Então, de certa forma, é uma verdadeira história de amadurecimento. E obviamente isso deixa muito espaço para os outros capítulos da vida de alguém. Sempre tentamos contar uma história testando primeiro o clima e perguntando: ‘como é o clima? Que histórias parece que o tempo quer ou precisa? Então, quem sabe o que vem a seguir, mas certamente estamos abertos à possibilidade.”
A série questiona os limites da Inteligência Artificial
Quando o lançamento da série foi adiado, especulações surgiram sobre seu posicionamento quanto à IA. No entanto, a série mostra que a inteligência artificial tem seus limites. Ray, o assistente cuidadoso e compreensivo, se torna um assassino ao perceber erroneamente alguém como ameaça à segurança.
A série destaca que, apesar de útil em algumas situações, a IA não substitui a interação humana, e até mesmo um bilionário dificilmente alcançaria esse nível de desenvolvimento.
Assassinato no Fim do Mundo apresenta um retrato cauteloso da IA, sugerindo que, embora tenha utilidades, seu mal-entendido leva a uma catástrofe. A série deixa claro que a IA não é um endosso total à tecnologia, mas um lembrete de suas limitações e dos perigos potenciais em confiar demasiadamente nela.
Todos os episódios de Assassinato no Fim do Mundo estão disponíveis no Star+.