
Donald Trump anunciou em sua rede social que está “autorizando” o Departamento de Comércio e o Escritório do Representante de Comércio dos EUA a aplicar uma taxa de 100% sobre todos os filmes produzidos fora do país.
Segundo ele, produções internacionais são uma ameaça à segurança nacional por levarem os estúdios para fora dos EUA e, nas palavras dele, trazerem “mensagens e propaganda” para dentro do país.
“A indústria do cinema nos Estados Unidos está MORRENDO rapidamente”, escreveu Trump no Truth Social. “Outros países estão oferecendo todo tipo de incentivo para atrair nossos cineastas e estúdios. Isso é um esforço coordenado de outras nações e, portanto, uma ameaça à segurança nacional. […] QUEREMOS FILMES FEITOS NA AMÉRICA, DE NOVO!”

A declaração pegou Hollywood de surpresa e levou executivos de estúdios a marcarem reuniões emergenciais. Ainda não está claro se Trump realmente tem autoridade para aplicar esse tipo de tarifa e como isso funcionaria na prática.
Também não se sabe se a medida se aplicaria apenas a filmes feitos fora dos EUA ou se incluiria produções de outros países exibidas nos cinemas americanos. Um ponto que gerou dúvidas é o fato de Trump não ter mencionado séries de TV.
Produções internacionais em risco
Boa parte das produções de Hollywood atualmente é feita em países como Canadá, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia. Além de oferecerem incentivos fiscais, esses locais são escolhidos por suas paisagens e infraestrutura, o que é comum em franquias como Missão: Impossível, 007, Avatar e Velozes e Furiosos. Vingadores: Doomsday, por exemplo, começou as filmagens recentemente no Reino Unido.
A proposta de tarifa surge às vésperas do Festival de Cannes, evento importante para negociações de distribuição internacional e novos projetos com grandes nomes. Caso avance, a medida pode gerar desconforto nas relações com parceiros estrangeiros.
Apesar da crítica de Trump, os cinemas norte-americanos mostram sinais de recuperação em 2025. A arrecadação doméstica cresceu 15,8% em relação ao ano passado, embora ainda esteja 31% abaixo dos números de 2019.
Filmes como Minecraft, Pecadores e Thunderbolts* têm puxado esse crescimento, mesmo com a redução no volume de produções após as greves de roteiristas e atores em 2023. Desde então, 40% menos filmes e séries foram produzidos nos EUA, e os estúdios seguem cortando custos e diminuindo suas programações.
Essa não é a primeira vez que Trump se envolve com o setor. Em janeiro, ele nomeou Sylvester Stallone, Mel Gibson e Jon Voight como “embaixadores especiais” da indústria cinematográfica dos EUA, embora nenhum resultado prático tenha sido apresentado desde então.
Fonte: Variety