A batalha judicial entre Buck Woodall e a Disney sobre a criação de Moana: Um Mar de Aventuras e o suposto plágio chegou a um desfecho, pelo menos por enquanto. Um júri em Los Angeles decidiu a favor do estúdio nesta segunda-feira, rejeitando a acusação de que os criadores da animação de 2016 teriam se inspirado na obra de Woodall, Bucky the Surfer Boy.
Apesar dessa vitória, a disputa ainda não acabou. Woodall abriu uma nova ação, agora contra Moana 2, alegando que a sequência teria violado seus direitos autorais.
Decisão do júri favorece Disney
O júri, composto por seis mulheres e dois homens, levou menos de três horas para concluir que os criadores principais de Moana, John Musker e Ron Clements, nunca tiveram acesso ao material de Woodall. Assim, qualquer semelhança entre os elementos da animação e sua obra foi considerada irrelevante.
A Disney celebrou o resultado e se pronunciou logo após o veredito. “Temos muito orgulho do trabalho coletivo que resultou em Moana e ficamos satisfeitos que o júri concluiu que não houve qualquer relação com as obras do autor da ação”, declarou um porta-voz da empresa ao Deadline.
Já os advogados de Woodall demonstraram insatisfação. “Obviamente estamos desapontados com o veredito”, disse o advogado Gustavo D. Lage. “Neste momento, estamos avaliando as opções para definir o melhor caminho jurídico para nosso cliente.”
Processo contra Moana 2 pode seguir outro rumo
Diferente da ação anterior, a nova acusação de Woodall se concentra no suposto uso de seus materiais na produção de Moana 2. No processo, ele pede US$ 10 bilhões da Disney, ou aproximadamente 2,5% da arrecadação bruta da sequência, que ultrapassou US$ 1 bilhão em bilheteria.
Um dos principais argumentos da defesa de Woodall é que ele teria compartilhado materiais de Bucky the Surfer Boy com Jenny Marchick, ex-diretora de desenvolvimento da Mandeville Films, produtora que operava dentro dos estúdios Disney.
Segundo ele, essa troca de informações aconteceu a partir de 2004 e incluiu roteiros e storyboards protegidos por direitos autorais.
Quem é Jenny Marchick e qual seu papel na disputa?
Jenny Marchick, que atualmente trabalha na DreamWorks Animation, tem uma ligação familiar com Woodall, já que foi cunhada de seu irmão. Em sua passagem pelo tribunal, ela afirmou que não se lembra de ter compartilhado o material de Woodall com alguém da Disney.
Durante o julgamento, foram apresentados e-mails nos quais Marchick dizia ao autor que não poderia ajudá-lo profissionalmente. No entanto, também foi revelado que ela chegou a conseguir para ele uma entrevista de emprego com um funcionário do Disney Channel, sem que isso resultasse em uma contratação.
O que esperar do caso Moana 2?
Ainda não há uma data definida para o julgamento da nova ação. No entanto, a Disney deve entrar com um pedido para que o processo seja arquivado, argumentando que o caso já foi resolvido com a decisão do júri sobre o primeiro filme.
Por enquanto, o estúdio comemora a vitória, mas a disputa judicial pode continuar nos tribunais.