
A Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC) está se preparando para iniciar uma investigação sobre as práticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) da Disney. Quem confirmou a informação foi o presidente da FCC, Brendan Carr, em entrevista ao Punchbowl News.
Carr afirmou que está finalizando uma carta que será enviada à Disney para formalizar a iniciativa. Ele já anunciou investigações semelhantes envolvendo outras empresas de mídia como Comcast e Verizon.
Segundo ele, a ideia é avaliar se essas corporações estão seguindo as regras atuais sobre discriminação e inclusão no ambiente de trabalho. A notícia vem pouco depois da retirada de dois programas de diversidade e inclusão de um relatório anual da Disney, iniciativa que gerou reações dos funcionários.
Ainda neste mês, os acionistas da Disney rejeitaram uma proposta que visava limitar políticas internas de DEI, o que pode ter influenciado a decisão da FCC de intensificar o foco sobre a empresa.
Pressão política aumenta sobre empresas de mídia
A declaração de Carr veio logo após ele dizer que a FCC pode barrar fusões ou aquisições de empresas que promovam políticas de DEI. “Qualquer empresa que estiver buscando aprovação da FCC deve considerar encerrar qualquer forma de discriminação ligada a práticas DEI,” afirmou na última semana.
Essas movimentações ocorrem em um contexto mais amplo. Donald Trump, que nomeou Carr para a FCC em 2017 e o promoveu a presidente da comissão este ano, já expressou várias vezes sua insatisfação com grandes veículos de mídia, como CNN e MSNBC, que ele chama de “ilegais” e “braços políticos do Partido Democrata”.
Carr também já sinalizou que o órgão pode rever licenças de radiodifusão de empresas que, segundo ele, não estariam agindo de forma neutra.
Histórico entre Trump e Disney pesa na decisão
Em 2024, a Disney resolveu um processo de difamação movido por Trump contra a ABC, controlada pela empresa. Como parte do acordo, a Disney se comprometeu a doar US$ 15 milhões à biblioteca presidencial de Trump e a pagar mais US$ 1 milhão em honorários advocatícios.
O acordo, na época, foi visto como uma tentativa da Disney de evitar atritos com o governo Trump. Se esse foi o objetivo, parece não ter surtido efeito.
Agora, com a FCC sob nova direção e assumindo uma postura mais ativa, a Disney pode enfrentar novas pressões nos próximos meses.
Fonte: Punchbowl News