Nos últimos meses, o cenário de produções originais na Ásia sofreu mudanças significativas, com gigantes do streaming como Disney+ e Prime Video reajustando suas estratégias na região. Este movimento reflete uma tendência de contenção de gastos por parte das empresas norte-americanas, influenciada por pressões por lucro e a realocação de foco para mercados adjacentes como Coreia, Japão e Índia.
Historicamente, o Sudeste Asiático era visto como uma fronteira promissora para o crescimento dos serviços de streaming internacional, com Disney+ e Prime Video investindo pesado em produções originais locais. No entanto, uma reavaliação das estratégias de investimento para satisfazer acionistas levou a cortes significativos e demissões nas equipes de produção original dessas plataformas na região, segundo informações do Deadline.
Atualmente, a Netflix é o único grande streaming que continua a comissionar produções em uma escala significativa no Sudeste Asiático, embora em um ritmo menor do que nos anos anteriores. Tanto o Disney+ quanto o Prime Video descontinuaram suas equipes originais na região, optando por licenciar conteúdo e priorizar produções dos EUA.
Foco em lucratividade e redirecionamento de investimentos
A decisão das plataformas de streaming de reduzir investimentos no Sudeste Asiático é amplamente influenciada pela exigência de Wall Street de que estas empresas parem de perseguir números de assinantes a qualquer custo e comecem a gerar lucro.
“Quando essa notícia de Wall Street chegou, foi quando paramos de ter dinheiro para gastar,” disse uma fonte do portal impactada pelos cortes nas despesas com streaming.
Enquanto isso, mercados como Coreia e Japão têm atraído mais atenção e investimentos, com a Netflix e o Disney+ priorizando a produção original na Coreia, por exemplo, e um interesse crescente no anime japonês. A Índia também continua sendo um foco estratégico, com o Prime Video e a Netflix relatando crescimento significativo nesse mercado.
A retração de Disney+ e Prime Video das produções originais no Sudeste Asiático apresenta desafios para os produtores locais, que agora buscam adaptar seus projetos para novas plataformas ou modelos de negócios. Apesar dos obstáculos imediatos, alguns veem isso como uma oportunidade para redefinir o mercado e focar na qualidade em vez da quantidade.