
Um novo relatório revelou uma estatística curiosa nos Estados Unidos: as taxas de cancelamento dos streamings Disney+ e Hulu dobraram no mês de setembro, mas o número de novas assinaturas também disparou, equilibrando as perdas. Os dados são da empresa de pesquisa Antenna, divulgados pela Variety.
Tudo começou quando a ABC, emissora que pertence à Disney, decidiu suspender o programa Jimmy Kimmel Live! em 17 de setembro, após comentários do apresentador sobre o chamado grupo MAGA (Make America Great Again), ligado ao presidente Donald Trump, em referência à morte do ativista Charlie Kirk.
As falas de Kimmel deram início a uma grande divergência de opiniões e levou duas grandes afiliadas da ABC, a Nexstar e a Sinclair, a boicotarem o programa.
Depois de muitas discussões, declarações públicas de apoio ou repúdio, e até famosos levantando campanhas de cancelamento do Disney+, um grupo de acionistas da The Walt Disney Company exigiu da empresa documentos com registros internos sobre a decisão da ABC.
Poucos dias depois, Kimmel voltou ao ar, em 23 de setembro, e o episódio de retorno acabou se tornando o mais assistido da história do talk show.
Cancelamentos em alta, mas assinaturas também
Segundo a Antenna, o índice de cancelamento do Disney+ nos EUA chegou a 8% em setembro, o dobro da média de 4% registrada nos dois meses anteriores.
Já o Hulu, que ainda funciona como plataforma independente nos EUA, teve um salto de 5% para 10% no mesmo período. Para comparação, a média de cancelamentos entre os principais streamings norte-americanos (como Netflix, HBO Max, Apple TV+ e Paramount+) ficou em 7%.
Mesmo com esse aumento nas desistências, os dois serviços da Disney também registraram crescimento nas novas assinaturas.
O Disney+ conquistou 2,18 milhões de novos usuários em setembro, contra 1,99 milhão em agosto e 1,65 milhão em julho. Já o Hulu alcançou 2,11 milhões de novas assinaturas, também acima dos meses anteriores.
Esses números ajudaram a equilibrar o impacto da onda de cancelamentos provocada pela suspensão de Kimmel e pelos reajustes de preços anunciados pela Disney em 23 de setembro. Enquanto muitos assinantes decidiram cancelar o serviço em protesto contra a medida da emissora, outro grupo apoiou a decisão de suspender o apresentador após seus comentários polêmicos, o que também acabou atraindo novas assinaturas ao streaming.
Crescimento constante ao longo do ano

Entre setembro de 2024 e setembro de 2025, o Disney+ manteve uma média mensal de 1,99 milhão de novos assinantes, enquanto o Hulu registrou 2,25 milhões, segundo a Antenna.
No fim de junho, o Disney+ somava 127,8 milhões de assinantes no mundo, um aumento de 1,8 milhão em relação ao trimestre anterior. O Hulu tinha 55,5 milhões de usuários, um acréscimo de 800 mil.
Vale lembrar que os dados da Antenna se referem apenas às assinaturas diretas e não incluem os planos vendidos por meio de parcerias, como o acordo entre a Disney e a operadora norte-americana Charter.
Disney deixará de divulgar números de assinantes
Seguindo os passos da Netflix, a Disney anunciou que deixará de divulgar publicamente o número de assinantes do Disney+, Hulu e ESPN+. Segundo a empresa, o número de assinantes isoladamente “já não reflete de forma precisa o desempenho do negócio”.
Os últimos relatórios com essas informações devem ser publicados em novembro de 2025, quando a companhia divulgará os resultados do trimestre encerrado em setembro.
Mesmo com as polêmicas e as mudanças, o desempenho do Disney+ e do Hulu mostra que o público ainda está dividido: enquanto alguns cancelam por motivos políticos ou econômicos, outros continuam chegando em busca do catálogo da empresa, que segue sendo um dos mais variados do mercado de streaming.