A Disney anunciou que, a partir do próximo ano, deixará de divulgar regularmente o número de assinantes de suas plataformas de streaming, como Disney+, Hulu e ESPN+. A decisão segue o exemplo da Netflix, que já havia adotado essa estratégia por considerar que esse tipo de dado deixou de ser um termômetro relevante para avaliar o desempenho do negócio.
Segundo o CEO Bob Iger e o CFO Hugh Johnston, a ideia é alinhar os relatórios financeiros com a forma como a empresa opera atualmente.
“Estamos focados em administrar nossos negócios de forma a garantir crescimento contínuo e em ajustar nossa comunicação financeira ao nosso modelo operacional,” disseram. “Desde que começamos a divulgar o número de assinantes pagos e a receita média por usuário, tanto nossa estratégia quanto o mercado mudaram bastante.”
Divulgações pontuais ainda vão acontecer
Embora os números deixem de ser informados trimestralmente, a empresa afirmou que continuará divulgando marcos importantes, como quando uma plataforma atingir um número expressivo de usuários.
Essa mudança acontece em meio a uma série de reformulações no portfólio de streaming da Disney. Entre elas, estão a fusão entre Disney+ e Hulu nos EUA, a chegada do novo serviço de streaming da ESPN, também nos EUA e, futuramente, a incorporação do ESPN+ a essa nova plataforma.
Outro movimento em andamento é a substituição da marca Star pelo banner Hulu no Disney+ em todo o mundo.
Foco passa a ser rentabilidade
Durante muito tempo, o número de assinantes foi usado como principal indicador de sucesso das plataformas de streaming. Mas essa métrica perdeu força quando o mercado passou a priorizar a rentabilidade.
Nos últimos anos, os grandes estúdios, incluindo a Disney, mudaram o foco. Em vez de buscar crescimento acelerado em número de usuários, o objetivo agora é aumentar a receita por assinante, por meio de reajustes de preços e cortes em produções originais.
Mesmo com possíveis críticas à nova abordagem, a tendência é que outras plataformas sigam o mesmo caminho, especialmente depois que a Netflix abriu esse precedente.
CEO da Disney já havia sinalizado a mudança
Essa decisão de deixar de divulgar os números de assinantes não veio do nada. Em junho, o CEO da Disney, Bob Iger, já havia indicado que isso poderia acontecer.
Durante uma entrevista à CNBC, ele afirmou: “Provavelmente. Estamos focados no EBITDA, no fluxo de caixa e em ampliar margens. E é isso que estamos fazendo. Acho que, em algum momento, vamos divulgar basicamente só o resultado final.”
Na época, a Disney ainda reportava trimestralmente os números do Disney+, Hulu e ESPN+. No último balanço divulgado antes da nova decisão, o Disney+ contava com 126 milhões de assinantes no mundo.
A mudança parece fazer parte de um movimento mais amplo da empresa, que vem unificando plataformas e reorganizando sua estratégia de streaming. Parar de divulgar dados trimestrais deve ajudar a evitar ruídos em períodos de transição e permitir que a companhia foque em metas financeiras mais amplas.