Disney aperta os cintos e reduz orçamento para filmes e séries em 2025

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Nos últimos anos, a Disney investiu bilhões de dólares na produção de filmes e séries para seus canais de TV e serviços de streaming. Durante a corrida para atrair assinantes e competir com a Netflix, os gastos aumentaram ainda mais após a aquisição da 20th Century Fox.

Em 2022, o estúdio chegou a desembolsar US$ 33 bilhões em novos conteúdos, incluindo grandes produções, séries de sucesso, esportes ao vivo pela ESPN e notícias na ABC. Para efeito de comparação, o valor normalmente ficava em torno de US$ 27 bilhões anuais. Esse investimento impulsionou serviços como Disney+, ESPN+ e Hulu, trazendo mais estreias exclusivas.

Confira como os gastos da Disney com conteúdo variaram nos últimos anos:

  • 2018 – US$ 23 bilhões
  • 2019 – US$ 27,8 bilhões
  • 2020 – US$ 28,6 bilhões
  • 2021 – US$ 25 bilhões
  • 2022 – US$ 33 bilhões
  • 2023 – US$ 27 bilhões

Redução de custos e reestruturação

Com o retorno de Bob Iger ao cargo de CEO no final de 2022, a Disney passou a cortar custos, o que resultou na demissão de milhares de funcionários e no cancelamento ou adiamento de vários projetos.

Estúdios como Marvel, Lucasfilm e Pixar tiveram dificuldades para manter a qualidade de suas produções enquanto aumentavam a quantidade de lançamentos para o Disney+, o que levou a algumas recepções negativas por parte do público.

Nos últimos dois anos, houve uma diminuição no número de estreias, com a empresa priorizando a qualidade das produções.

Agora, a Disney está reduzindo o orçamento para conteúdo em mais US$ 1 bilhão, baixando o valor para US$ 23 bilhões – o mesmo nível de 2018, antes do lançamento do Disney+.

Durante a recente reunião de resultados financeiros, o CFO da Disney, Hugh Johnston, falou sobre a estratégia da empresa em relação aos custos de produção:

“Estamos constantemente buscando maneiras de gastar dinheiro de forma mais eficiente. Isso não acontece uma vez por ano, nem uma vez por mês, mas todos os dias. É parte do que uma boa equipe de gestão faz, e acreditamos que somos uma boa equipe nesse sentido.”

“Nosso objetivo é continuar identificando oportunidades para redistribuir investimentos e tornar a empresa mais lucrativa.”

O impacto nos serviços de streaming

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Em 2019, a Disney traçou um plano para tornar seu negócio de streaming lucrativo até o final de 2024 – e conseguiu atingir essa meta. A redução de US$ 10 bilhões no orçamento de produção entre 2022 e 2024 teve um impacto direto nessa mudança.

Isso explica por que a quantidade de novas produções originais no Disney+ (no mundo) e Hulu (nos EUA) diminuiu tanto.

Além disso, a redução no volume de lançamentos tem ajudado a preservar algumas das principais franquias da empresa, como Marvel e Star Wars, que passaram por um período de desgaste devido ao excesso de conteúdo.

Outro fator importante foi a diminuição dos custos de produção. Enquanto séries como Invasão Secreta chegaram a custar mais de US$ 200 milhões, produções recentes como Eco e Agatha Desde Sempre tiveram orçamentos na faixa de US$ 40 milhões.

Esportes ainda dominam os investimentos

Os direitos de transmissão esportiva continuam sendo uma das áreas mais caras para a Disney. Licenciar eventos da NBA, NHL e NFL consome uma grande parte do orçamento, mas esses conteúdos também garantem altos índices de audiência e maior receita publicitária.

Com a integração do ESPN e do Hulu ao Disney+, a necessidade de investir pesadamente em produções inéditas diminuiu. A empresa também reduziu a quantidade de conteúdo criado apenas para “encher catálogo”, focando em marcas já consolidadas.

Estratégia de longo prazo

A Disney não deve voltar ao nível de gastos de 2022, que foi o auge da corrida do streaming antes de Wall Street começar a priorizar o lucro em vez do crescimento de assinantes.

Enquanto isso, muitos assinantes questionam por que a empresa mantém milhares de filmes e séries antigas fora do catálogo do Disney+, em vez de utilizá-los para preencher a lacuna deixada pela redução de novos lançamentos. Com a plataforma se tornando lucrativa, seria uma alternativa viável para manter o engajamento do público.

O grande desafio da Disney será equilibrar quantidade e qualidade. Um volume menor de estreias pode levar à queda no tempo de exibição e no número de assinantes, mas investir demais pode resultar em novos aumentos de preços. A empresa segue ajustando sua estratégia para encontrar esse equilíbrio.

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