O remake em live-action de Branca de Neve finalmente chegou aos cinemas, mas o filme da Disney tem sido alvo de calorosas discussões muito antes da estreia, e parte desse interesse tem a ver com Gal Gadot, que interpreta a Rainha Má.
Além de sua carreira em Hollywood, Gadot tem um histórico militar que chama a atenção, especialmente por seu serviço nas Forças de Defesa de Israel (IDF). Esse passado não só influenciou sua trajetória no cinema, mas também trouxe debates sobre sua presença em Branca de Neve, junto com as opiniões divergentes de sua colega Rachel Zegler, que vive Branca de Neve.
Se você quer entender como esse background militar se conecta ao filme e às discussões atuais, vale a pena conferir os detalhes.
Com o filme finalmente chegando às telonas, o tema continua em alta, misturando cinema, política e cultura. A Disney, por sua vez, adotou uma abordagem mais reservada, limitando a exposição de Gadot e Zegler em eventos como o tapete vermelho em 15 de março de 2025 em Hollywood para evitar mais polêmicas.
Serviço militar de Gal Gadot em Israel
Gal Gadot serviu nas Forças de Defesa de Israel (IDF) por dois anos, entre 2004 e 2006, como parte do serviço militar obrigatório para cidadãos israelenses a partir dos 18 anos. Durante esse período, ela atuou como instrutora de fitness e combate, ensinando ginástica e calistenia para soldados, além de treinar sargentos e comandantes em um campo de treinamento intensivo.
Ela também aprendeu técnicas como Krav Maga, um sistema de luta israelense, e se capacitou no manuseio de armas, preparando-se para situações de combate.
Gadot começou seu serviço logo após passar o título de Miss Israel 2004, e se destacou no treinamento físico. Em 2006, ela participou da Guerra do Líbano, um conflito entre Israel e o Hezbollah, que culminou na invasão do Líbano pelas forças israelenses para suprimir os ataques do Hezbollah aos assentamentos israelenses.
Em uma entrevista à revista Fashion em 2016, ela comentou: “Era exigente porque você abre mão da liberdade por dois anos, mas há algo especial em retribuir à sua comunidade. Um dia espero que tenhamos paz no Oriente Médio e que todos possam viver juntos em harmonia. Gostaria que nenhum país do mundo precisasse de um exército, mas é assim que acontece em Israel. É obrigatório e eu fiz a minha parte. Mas o exército não foi tão difícil para mim. O exército me deu um bom treinamento para Hollywood”.
Esse período militar também a colocou em evidência antes de Hollywood, com um ensaio fotográfico para a Maxim em 2007, intitulado “Mulheres das Forças de Defesa de Israel”, que aumentou sua visibilidade pública.
A influência do passado militar na carreira em Hollywood
O passado militar de Gal Gadot teve um papel direto em sua trajetória em Hollywood, especialmente em papéis de ação. Quando interpretou Gisele Yashar em Velozes e Furiosos 4 (2009), o diretor Justin Lin destacou sua experiência militar.
“Justin Lin gostou que eu tinha servido no exército israelense e quis incluir meu conhecimento de armas no papel”.
Esse background trouxe habilidades práticas, como condicionamento físico e manuseio de armas, que ela aplicou em cenas de ação, além de uma presença de liderança que marcou sua atuação.
Seu serviço militar também foi crucial para o papel de Mulher-Maravilha em Batman vs. Superman (2016), Mulher-Maravilha (2017), Liga da Justiça (2017) e Mulher-Maravilha 1984 (2020).
O treinamento físico e as técnicas de combate aprendidas nas IDF ajudaram Gadot a realizar sequências de ação com autenticidade, enquanto sua experiência como instrutora mostrou sua capacidade de liderar em cena.
Em Branca de Neve, seu histórico militar pode ter contribuído para trazer uma aura de autoridade e intensidade à Rainha Má. Esse background continua sendo um ponto de destaque em sua carreira, conectando suas origens a papéis icônicos.
Reações ao passado militar de Gal Gadot
O serviço militar de Gal Gadot gerou reações diversas ao longo dos últimos anos, especialmente por causa de sua nacionalidade israelense e os intermináveis conflitos no Oriente Médio.
Após seu papel em Mulher-Maravilha, o filme foi banido em países como Líbano, Tunísia e Kuwait por conta de sua participação na Guerra do Líbano de 2006 e seu apoio público a Israel.
Em outubro de 2023, após o início do conflito Israel-Hamas, Gadot postou no Instagram: “Eu estou com Israel, vocês também deveriam. O mundo não pode ficar em cima do muro com esses atos horríveis de terror!”.
Em Israel, ela é celebrada como ícone nacional. Em 2017, o Azrieli Center, complexo de arranha-céus em Tel Aviv, iluminou suas torres com a mensagem: “Estamos orgulhosos de você, Gal Gadot, nossa Mulher-Maravilha”, antes da estreia de Mulher-Maravilha.
No entanto, fora de Israel, ela enfrenta críticas, especialmente em comunidades que se opõem às políticas israelenses. Recentemente, durante a cerimônia de sua estrela na Calçada da Fama, em 18 de março, protestos relacionados ao conflito Israel-Palestina ocorreram, como noticiou o The Hollywood Reporter.
Divergência de opiniões entre Gal Gadot e Rachel Zegler sobre os conflitos no Oriente Médio
Gal Gadot e Rachel Zegler, as protagonistas de Branca de Neve, têm visões completamente opostas sobre os conflitos no Oriente Médio, o que adicionou um novo capítulo às discussões em torno do filme.
Gadot, como mencionado, expressou apoio público a Israel, incluindo sua postagem de 2023 no Instagram e um discurso na premiação da ADL (Anti-Defamation League) em 2025, onde reforçou:
“Tenho orgulho de ser judia e orgulho de ser israelense. Mas este é um momento em que muitos de nós na comunidade judaica tivemos que encontrar nossa voz e confrontar o ódio contra nós, mesmo que seja extremamente desconfortável. Por mais que você tenha tentado evitar isso antes, mesmo que falar não fosse realmente sua praia, nenhum de nós pode mais ignorar a explosão de ódio aos judeus ao redor do mundo. E é isso que estou fazendo. Nenhuma IA necessária. Sou realmente eu, de pé diante de vocês hoje, dizendo, simplesmente, que meu nome é Gal e sou judia. E já tivemos o suficiente do ódio aos judeus. Então estamos aqui, juntos, pedindo a libertação de cada um dos nossos reféns. Temos que trazê-los para casa”.
Em contraste, Rachel Zegler, em 2024, usou as redes sociais para postar “Lembre-se sempre, Palestina livre” ao comemorar as 120 milhões de visualizações em 24 horas do trailer de Branca de Neve, gerando reações entre os seguidores e a imprensa.
Essas diferenças, segundo fontes da People, criaram tensões entre as atrizes, com uma delas afirmando: “Gal está irritada com o drama do filme. Ela gostou de gravar. Ela estava tranquila com Rachel, mas elas não são amigas. Elas não têm nada em comum. Elas trabalharam juntas e só.”
A Disney, preocupada com as polêmicas, limitou o acesso da imprensa à première de Branca de Neve em Los Angeles, para evitar perguntas sobre política, conforme a Variety. Esse contraste entre Gadot e Zegler acabou sendo um exemplo das divisões sobre o conflito Israel-Palestina, colocando o filme no centro de discussões culturais e políticas.
Conexão com Branca de Neve
Por mais que a Disney tente evitar, o passado militar de Gal Gadot em Israel e as diferenças com Rachel Zegler têm impacto direto na recepção de Branca de Neve. O remake live-action já enfrentava debates por mudanças na trama e declarações polêmicas de Zegler, mas as questões políticas das atrizes adicionaram mais atenção. Não é exagero supor que algumas pessoas evitarão o filme por causa das controvérsias.
A Disney optou por uma estratégia cautelosa, reduzindo a exposição de Gadot e Zegler em entrevistas e eventos, mas as discussões sobre as opiniões políticas das atrizes continuam a circular nas redes sociais e na imprensa.
Branca de Neve já está em exibição nos cinemas brasileiros, e deve chegar ao catálogo do Disney+ em cerca de 100 dias.