No início da semana, a Disney divulgou que o tão aguardado filme da 20th Century Studios, Avatar: O Caminho da Água, será disponibilizado em plataformas digitais para compra e aluguel no final de março, diferentemente do que ocorreu nos últimos anos, em que os filmes foram lançados nesta modalidade simultaneamente com o Disney+.
Com o objetivo de aumentar os lucros de seus filmes, sem perder de vista o aumento no número de assinantes, a empresa sinalizou uma mudança para um cronograma de lançamento tradicional, ou, em outras palavras, as janelas de exibição que existiam antes do surgimento do Disney+.
Tal método consiste na estreia dos filmes nos cinemas, seguida da disponibilização nas plataformas digitais para compra e aluguel e, posteriormente, no formato de mídia antes de serem licenciados para terceiros e/ou adicionados às plataformas de streaming da Disney.
Chefe da Disney vê oportunidade de lucro
Durante uma recente conferência de tecnologia, mídia e telecomunicações da Morgan Stanley, o CEO da Disney, Bob Iger, foi questionado se a Disney está considerando mudar a forma como lida com as janelas de exibição e exclusividade.
De acordo com a sua resposta, a Disney entendeu que lançar filmes diretamente no streaming ou encurtar o período entre a exibição nos cinemas e no Disney+ significa perder uma oportunidade de maximizar seus lucros. Além disso, no entendimento de Bob Iger, estrear filmes diretamente no streaming não tem impacto significativo no crescimento de assinantes. Ele disse o seguinte:
“Estamos analisando as janelas de filmes porque fomos muito agressivos em apoiar o negócio de streaming. Em alguns casos, fizemos muitos filmes apenas para streaming. Em alguns casos, fizemos filmes com janelas de exibição mais curtas. Em quase todos os casos, fizemos filmes que não tinham mais a janela de venda, cujo vídeo doméstico em um ponto, como o chamávamos, era extremamente lucrativo para nossa empresa. Então, estamos olhando para tudo isso.”
“A reorganização está nos ajudando a fazer isso também porque as mesmas pessoas responsáveis por fazer o conteúdo são responsáveis por monetizá-lo. E a melhor forma de rentabilizar é fazer uso de todas as plataformas, streaming e tradicionais, que tenham capacidade para isso, sendo o objetivo a monetização ou rentabilização.”
Licenciamento para os concorrentes
O executivo também comentou sobre licenciamento de franquias para terceiros. Ele esclareceu que as principais marcas devem permanecer exclusivas, como Disney, Marvel, Pixar e Star Wars, mas as produções de outros estúdios, como 20th Century Studios, Searchlight Pictures, ABC e FX podem surgir em outras plataformas, ajudando a aumentar os lucros da The Walt Disney Company.
Esse posicionamento está alinhado com a análise da Bloomberg, que divulgou em fevereiro que a Disney está considerando vender ou licenciar algumas de suas produções de cinema e televisão para estúdios rivais.
Via Seeking Alpha
Por conta desta nova janela de lançamento, “Avatar 2: O Caminho da Água” provavelmente NÃO chegará no Disney+, por ser da 20th Century Studios, e portanto, o destino do filme será a STAR+.