Recentemente, o CEO da Disney, Bob Iger, alterou seu posicionamento sobre a venda dos canais de TV lineares da empresa, um tema que vem gerando discussões intensas no mercado de mídia. Em julho, em uma entrevista à CNBC, Iger havia mencionado que os canais lineares talvez não fossem mais centrais para os negócios da Disney, insinuando a possibilidade de venda de ativos, incluindo as redes locais da ABC e outros canais como National Geographic. Esta declaração desencadeou uma série de especulações sobre a venda desses ativos, com a Bloomberg chegando a dizer que Iger colocou uma “placa de vende-se” na Disney.
Ofertas e interesses de compra
Pouco tempo depois, o magnata Byron Allen revelou que havia feito uma oferta de 10 bilhões de dólares por esses canais, e também foi relatado que a Nexstar demonstrou interesse na compra. A Disney, no entanto, afirmou que nenhuma decisão havia sido tomada e que nenhum comprador havia sido encontrado até então.
Revisão das declarações
Nesta semana, Bob Iger falou em um evento do New York Times e revisou seus comentários feitos na entrevista à CNBC. Ele afirmou que nunca teve a intenção de colocar um sinal de “vende-se” na ABC ou em outras redes de TV. Iger explicou que gosta de testar seu processo de pensamento para obter reações do mundo financeiro. Segundo ele, apesar da mídia e Wall Street terem tirado suas palavras do contexto, ele não disse que esses canais estavam à venda.
“O modelo de negócios no qual esses canais lineares se basearam e no qual tiveram sucesso por décadas. Às vezes, quando procuro uma reação ao meu próprio processo de pensamento, gosto de testar esse processo em público, especialmente de forma a poder obter uma reação da comunidade de investimentos. Então, meu pensamento na época era que eu essencialmente tornaria público esse processo de pensamento.”
O futuro da TV, segundo Bob Iger
Questionado sobre se ainda considera a TV linear um bom negócio, Iger respondeu que esses canais ainda podem ser geridos de maneira mais eficiente e em parceria com o streaming, servindo como uma maneira de agregar audiência e amortizar custos.
Iger destacou como o streaming e a TV linear podem ser parceiros, já que ambos ainda atendem aos clientes. A expectativa é que haja mais compartilhamento de conteúdo entre as plataformas, otimizando a receita publicitária tanto do linear quanto do streaming e reduzindo custos com conteúdo.
“Isso tem sido incrivelmente rigoroso na empresa e envolve vários executivos que estão gerenciando esses negócios. Determinamos algumas coisas — 1) que eles podem ser geridos de forma mais eficiente, com algumas escolhas difíceis… 2) eles podem ser geridos em parceria com streaming… Eles são um meio de agregar público e amortizar custos, basicamente alcançando mais e diferentes pessoas… Através desse processo de ser mais público sobre o que pode acontecer ou o que poderia acontecer e realmente arregaçar as mangas para ver, é algo que devemos fazer? Devem ser alienados? Devem ser mantidos? Se forem mantidos, como devem ser geridos? Eles estão sendo geridos de forma mais eficiente hoje do que em julho, quando fiz esses comentários.”
Em resumo, a Disney parece estar buscando um equilíbrio entre manter canais lineares estratégicos e explorar as oportunidades do streaming, alinhando suas estratégias para atender às demandas em constante mudança do mercado de entretenimento.