No coração do icônico filme de Francis Ford Coppola, O Poderoso Chefão, está Don Vito Corleone, um poderoso chefe da máfia interpretado por Marlon Brando, cuja atuação transcendeu o próprio cinema. Vito é reconhecido no mundo todo, com seu terno icônico, voz rouca e bochechas salientes.
Embora Brando fosse conhecido por seu gênio criativo, o personagem de Vito foi baseado em vários chefes de máfia da vida real e uma pessoa comum inesperada.
Em O Poderoso Chefão, Vito Corleone não é apenas um chefe da máfia, mas uma figura real no fim de seu reinado. Após sobreviver a uma tentativa de assassinato, o líder idoso dos Corleone precisa escolher um sucessor entre seus filhos.
No final, é Michael (Al Pacino), o filho mais novo e herói de guerra condecorado, que assume as operações ilícitas da família. A influência de Vito é onipresente, afetando Michael, Sonny (James Caan) e Tom Hagen (Robert Duvall), enquanto eles lidam com o legado intimidador que ele deixa para trás.
Vito incorpora a nobreza e o romantismo frequentemente associados à máfia italiana, retratando um personagem ameno, mas letal, capaz de alterar paisagens políticas ou orquestrar assassinatos com um simples gesto.
Ao contrário das representações cruas e ásperas da vida da máfia nos filmes de Martin Scorsese como Caminhos Perigosos, Os Bons Companheiros e Cassino, O Poderoso Chefão de Coppola usa a máfia como uma metáfora para as relações familiares e o capitalismo na América pós-Segunda Guerra Mundial.
A família Corleone, muito parecida com uma dinastia real, opera em uma escala grandiosa, mesclando drama shakespeariano com as operações de um império criminal, ligado a importantes chefes da máfia da vida real como Carlo Gambino, Frank Costello, Joseph Bonanno e Joe Profaci.
A interpretação de Marlon Brando vem de diversas influências mafiosas
Carlo Gambino, uma influência significativa no personagem de Vito Corleone, começou como um humilde imigrante italiano e subiu ao poder no auge do crime organizado no início do século XX, de forma semelhante à representação de Vito em O Poderoso Chefão: Parte II por Robert De Niro.
Como Vito, Gambino era um homem de família reservado que ascendeu para liderar uma das famílias mafiosas mais poderosas sem nunca se envolver com o tráfico de drogas, ganhando o apelido de “O Poderoso Chefão.”
Frank Costello também moldou o personagem de Vito Corleone. Conhecido por sua abordagem sofisticada e quase política, em vez de força bruta, Costello saiu da pobreza para se tornar um importante chefe da máfia, com fachadas legítimas para suas atividades ilegais, refletindo as aspirações de Vito por uma fachada nobre sobre seus negócios criminosos.
Joseph Bonanno, outro mafioso da vida real, compartilhou traços com Vito, envolvendo-se em guerras territoriais prolongadas enquanto mantinha frentes de negócios legítimos para mascarar seus negócios no submundo, incorporando a mistura de respeitabilidade e impiedade vista em Vito Corleone.
Vito Corleone inspirado na mãe de Mario Puzo
O personagem de Vito Corleone era um composto, inspirado não apenas por gangsters notórios, mas também por uma influência pessoal improvável — a própria mãe de Mario Puzo! Ele admitiu que, ao criar Vito, ele imaginava a voz de sua mãe, refletindo sua força, sabedoria e amor incondicional pela família e pela vida, o que ajudou a humanizar Vito, tornando-o uma figura cultural amada.
A colisão entre a narrativa clássica, as inspirações da vida real e a reflexão perspicaz sobre a cultura americana é o motivo pelo qual O Poderoso Chefão se tornou um fenômeno instantâneo após seu lançamento em 1972. Apesar dos desafios durante a produção, a direção visionária de Coppola entregou uma obra-prima que redefiniu o gênero de máfia e deixou sua marca no cinema.
O Poderoso Chefão está disponível no Disney+.