A Disney revelou nesta terça-feira (07) que uma parte crucial de seu negócio de streaming obteve lucro pela primeira vez, como consequência na redução de produções originais, aumento no número de assinantes e reajuste nos valores das assinaturas do Disney+ em diversas regiões. No entanto, isso não sustentou o otimismo do mercado e a expectativa de resultados mais fracos para o próximo trimestre nesta área provocou uma queda de mais de 10% nas ações da empresa negociadas na bolsa de valores de Nova York (NYSE).
Durante o segundo trimestre fiscal, o segmento direto ao consumidor (DTC) de entretenimento, que inclui o Disney+, registrou uma receita operacional de US$ 47 milhões, uma melhora significativa comparada ao prejuízo de US$ 587 milhões no mesmo período do ano anterior.
No entanto, a empresa antecipa que os resultados do DTC estarão no vermelho no terceiro trimestre fiscal (abril a junho), impactados principalmente pelas perdas em sua marca indiana, Disney+ Hotstar. Ainda assim, a Disney espera alcançar a lucratividade total em streaming até o quarto trimestre do ano corrente.
Desafios, apesar dos resultados positivos
Apesar de alguns serviços de streaming da Disney não terem sido lucrativos no segundo trimestre, incluindo ESPN+ nos Estados Unidos, as perdas totais diretas ao consumidor foram de apenas US$ 18 milhões, uma grande redução em relação à perda de US$ 659 milhões reportada no período do ano anterior.
A receita da empresa no segundo trimestre foi de US $22,1 bilhões, atendendo às expectativas e superando os US$ 21,82 bilhões reportados no período correspondente do ano passado. A Disney também elevou sua orientação para o crescimento dos lucros ajustados para o ano completo para 25%, um aumento em relação aos 20% anteriormente projetados.
Contudo, a empresa sofreu um impacto após a fusão de sua marca Star India com a Reliance Industries, resultando em uma despesa de mais de US$ 2 bilhões.
Segundo Brandon Nispel, analista da KeyBanc, em uma nota após os resultados do segundo trimestre, “a orientação fraca para o streaming de entretenimento no próximo trimestre pode moderar o entusiasmo. No entanto, as notícias de hoje reforçam o argumento de Bob Iger de que a Disney está no meio de uma reviravolta muito esperada.”
Parques continuam a ser um pilar forte
Enquanto isso, o negócio de Parques apresentou outro trimestre de resultados robustos, com a receita operacional doméstica saltando para US$ 1,61 bilhão, em comparação com US$ 1,52 bilhão no ano anterior, impulsionada por maiores lucros no Walt Disney World Resort e Disney Cruise Line, embora parcialmente ofuscados por resultados inferiores no Disneyland Resort.
O CFO da Disney, Hugh Johnston, comentou durante a teleconferência de resultados que a empresa observou “algumas evidências de uma moderação global do pico de viagens pós-COVID” em seus parques temáticos. Ele também mencionou que o aumento dos custos e a inflação provavelmente afetarão os lucros.
Ao mesmo tempo, a receita operacional doméstica da ESPN caiu 9% em relação ao ano anterior, para US$ 780 milhões, afetada por receitas menores de afiliadas e um número reduzido de assinantes, à medida que mais consumidores optam por cortar gastos. A empresa também atribuiu esses resultados ao aumento dos custos de produção devido à programação do College Football Playoff (CFP), as eliminatórias universitárias de futebol americano nos Estados Unidos.
A Disney segue empenhada em expandir sua presença no streaming esportivo, como evidenciado pela revelação em fevereiro de uma futura parceria conjunta com a Fox e a Warner Bros. Discovery, além do desenvolvimento de uma plataforma de streaming esportivo separada para a ESPN, prevista para estrear em 2025. Relacionado ao esporte, a Disney concordou em aumentar seu acordo de direitos de mídia com a NBA para US$ 2,6 bilhões, a partir dos US$ 1,5 bilhão anteriores.