A opinião sincera de Stephen King sobre Prison Break

Stephen-King-Prison-Break A opinião sincera de Stephen King sobre Prison Break

Se alguém menciona histórias de fuga da prisão, provavelmente Um Sonho de Liberdade vem logo à mente. O filme de 1994, baseado em uma obra de Stephen King, é um clássico quando o assunto é escapar de um sistema injusto. Por isso, não surpreende que o próprio autor tenha se interessado por outra produção com uma pegada parecida, mas que segue um caminho bem diferente.

Em 2008, King escreveu um artigo na Entertainment Weekly declarando seu carinho por Prison Break, série que estreou em 2005 pela Fox. Ele elogiou os cenários claros, a edição afiada e a ação absurda da trama.

“Eu amo Prison Break loucamente, profundamente, verdadeiramente”, escreveu ele. Ao mesmo tempo, alertou para não assistir tudo de uma vez, já que o enredo pode acabar deixando sua “cabeça explodindo”.

O começo com o pé direito

Na primeira temporada, Prison Break apresenta Michael Scofield (Wentworth Miller), um arquiteto que cria um plano para tirar seu irmão Lincoln Burrows (Dominic Purcell) da prisão. Lincoln foi condenado à morte por um crime que ele jura não ter cometido: o assassinato de Terrence Steadman, irmão da vice-presidente dos Estados Unidos.

Michael se infiltra na penitenciária de Fox River com as plantas da prisão literalmente tatuadas no corpo. A ideia é absurda, mas funciona dentro da lógica da série.

A tensão entre o plano milimetricamente calculado e os imprevistos do ambiente prisional garante uma boa dose de suspense. E, claro, ele consegue reunir aliados improváveis dentro da cadeia para dar conta da missão.

Onde o ritmo começa a falhar

A segunda e a terceira temporada mantêm o interesse, ainda que percam o ritmo ágil da estreia. A série tenta compensar com tramas paralelas envolvendo conspirações e vinganças, mas acaba se enrolando com reviravoltas cada vez mais forçadas.

A partir da quarta temporada, a coisa desanda. A série se afasta completamente da proposta original e perde a graça que tinha ao apostar em situações absurdas, porém divertidas.

A história começa a andar em círculos, tentando justificar novos planos de fuga com arcos narrativos pouco inspirados.

Ressuscitando personagens

Na quinta temporada, Prison Break já havia perdido muito do que a fazia interessante. Personagens morrem e reaparecem sem muita explicação. Ferimentos graves, doenças e até mortes deixam de ter impacto, porque tudo pode ser revertido a qualquer momento.

O suspense dá lugar a uma repetição cansativa de fórmulas que funcionaram lá atrás, mas que agora soam desgastadas. E com isso, muitos espectadores acabaram “desistindo” da série.

Mesmo com esse desgaste, Stephen King continua vendo algo de divertido na série, principalmente nos seus primeiros episódios. Talvez seja justamente essa combinação de exagero, drama e ação que tenha chamado a atenção do autor, acostumado a histórias onde o impossível vira rotina.

Prison Break está disponível no catálogo do Disney+ e também na Netflix.

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