O relatório financeiro da Netflix, que será divulgado na terça-feira, atrai grande atenção do mercado, principalmente devido à expectativa de um forte aumento no número de assinantes.
A grande questão não é se a plataforma ganhou novos usuários, mas sim quantos milhões foram adicionados.
Segundo analistas de Wall Street, a Netflix pode registrar um crescimento significativo no quarto trimestre de 2024, impulsionado por eventos como a luta entre Jake Paul e Mike Tyson, a exibição de dois jogos da NFL e a estreia da nova temporada de Round 6.
As estimativas sugerem que a plataforma ganhará cerca de 8,2 milhões de assinantes no período, elevando o total para 290,9 milhões.
No entanto, uma pesquisa realizada pela Guggenheim Securities entre 45 analistas aponta que 70% deles acreditam que esse número pode ultrapassar 11,1 milhões, enquanto 29% esperam um crescimento acima de 13,1 milhões.
Esse será o último trimestre em que a Netflix divulgará a quantidade de assinantes, mudando o foco para métricas como receita, margem operacional e engajamento do público.
Mudança de estratégia e crescimento da receita
Tim Nollen, da Macquarie, acredita que o fim da divulgação dos números de assinantes não é coincidência.
“É possível que o crescimento das assinaturas desacelere agora que a repressão ao compartilhamento de senhas já foi implementada”, afirmou em nota a clientes. “Mas isso não significa que o crescimento da empresa como um todo será afetado.”
Nollen estima que a Netflix pode superar a marca de 10 milhões de novos assinantes no trimestre, aumentando sua projeção de preço-alvo para as ações da empresa de US$ 795 para US$ 965.
A analista Alicia Reese, da Wedbush Securities, prevê que a publicidade se tornará a principal fonte de receita da Netflix até 2026.
“A Netflix construiu uma vantagem quase impossível de ser superada na guerra do streaming”, disse ela. “A plataforma conseguiu equilibrar custos e aumentar sua lucratividade, encontrando a fórmula certa.”
Questões-chave para o futuro da Netflix
A divulgação dos resultados será acompanhada de perto por investidores, que aguardam esclarecimentos sobre três pontos principais: aumentos de preços, crescimento do setor de publicidade e investimentos em transmissões esportivas ao vivo.
Recentemente, a Netflix adquiriu direitos de várias edições da Copa do Mundo Feminina da FIFA, ampliando seu portfólio esportivo.
Em 2024, a empresa firmou uma parceria com a NFL e, neste mês, passou a transmitir WWE Raw ao vivo, fortalecendo sua oferta de conteúdos no plano com anúncios.
Impacto para os concorrentes
Outras gigantes do entretenimento também apresentarão seus relatórios financeiros nos próximos dias, incluindo Disney, Warner Bros. Discovery e Fox Corp.
A expectativa é que discutam o fim do projeto conjunto Venu Sports, que nunca chegou a ser lançado, além de atualizações sobre a fusão entre a Paramount Global e a Skydance Media.
A Disney, por exemplo, enfrenta alguns obstáculos com seu setor de parques e cruzeiros, impactado por furacões recentes e pelos custos de pré-abertura de novas embarcações.
Além disso, a empresa segue o mesmo caminho da Netflix ao focar no plano de assinatura com anúncios e no combate ao compartilhamento de senhas.
Outro ponto de interesse para os investidores será a relação entre as big techs e o governo dos Estados Unidos. Empresas como Amazon, Apple, Google e Meta demonstraram apoio ao segundo mandato de Donald Trump, buscando manter um ambiente regulatório favorável.
Com mudanças estratégicas no setor e investimentos cada vez maiores em publicidade e esportes ao vivo, a Netflix e seus concorrentes enfrentam um ano crucial, mas também repleto de oportunidades.
Fonte: Deadline