Antes de dirigir Wish: O Poder dos Desejos, a animação que homenageia os 100 anos da Disney, Fawn Veerasunthorn havia sido rejeitada pelo estúdio várias vezes. Aos 41 anos, a tailandesa fez sua estreia na direção com o lançamento do conto de fadas musical sobre uma garota de 17 anos que faz um desejo para melhorar a vida das pessoas em seu reino.
Cerca de 20 anos atrás, porém, Veerasunthorn era uma estudante insatisfeita no primeiro ano de Medicina e não estava empolgada com seu caminho para se tornar médica, disse ela em uma entrevista ao The New York Times.
Durante um intervalo semestral, ela escreveu uma carta para seu conterrâneo Paitoon Ratanasirintrawoot, um ex-animador de efeitos visuais da Disney, que anos antes havia dado uma palestra na sua escola em Bangkok, onde ele também estudou.
Após várias trocas de cartas, Ratanasirintrawoot sugeriu que a estudante de medicina se inscrevesse na Columbus College of Art & Design em Ohio, uma das mais antigas faculdades particulares de arte e design dos Estados Unidos, e ele até fez uma carta de recomentação ao presidente da instituição.
Enquanto Veerasunthorn estava na faculdade, a Disney fechou o estúdio de animação na Flórida onde seu mentor trabalhava. Ela se candidatou e foi rejeitada para empregos na Pixar Animation. Depois disso, voltou sua atenção para empregos na Disney na Califórnia, mas mais uma vez não conseguiu uma oportunidade.
Experiência na Illumination e conquista do sonho na Disney
Enquanto isso, Veerasunthorn aprimorou suas habilidades trabalhando em filmes da Illumination, como O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida e Meu Malvado Favorito 2.
Em 2011, cerca de uma década depois de começar a perseguir o sonho da Disney seriamente, ela finalmente conseguiu um emprego com o icônico estúdio de cinema. Ao longo dos anos, trabalhou em filmes como Frozen e Moana e foi chefe de história em Raya e o Último Dragão.
Veerasunthorn começou a trabalhar em Wish: O Poder dos Desejos em 2020 e dirigiu o longa animado ao lado do cineasta Chris Buck, que está na Disney desde 1978.
Fawn praticava em caixas de papelão
O lançamento de seu primeiro longa-metragem representa um momento de realização plena para Fawn Veerasunthorn, que foi criada em uma pequena província chamada Chonburi, na Tailândia, e se interessou por animação após ver artistas locais pintando à mão cartazes de filmes e assistir repetidamente a uma fita VHS de Dumbo.
Ela praticava seus próprios desenhos em caixas de papelão, coletadas da loja de autopeças de seus pais, e em uma parede da cozinha de sua família. Fawn sempre considerou o desenho como um hobby e estudou ciência da computação no ensino médio antes de planejar seguir a carreira médica.
Veerasunthorn disse que vê muitas semelhanças entre suas próprias aspirações profissionais e a narrativa de Wish: “A jornada que uma pessoa faz em direção a um objetivo, é sobre isso que este filme trata. Levei algumas tentativas para chegar aqui. Se eu tivesse me desencorajado na primeira vez, isso nunca teria acontecido.”
Wish: O Poder dos Desejos está em exibição nos cinemas de todo o Brasil.