Em um veredicto recente, a Disney foi condenada a pagar quase US$ 600.000 (cerca de R$ 3 milhões) em danos por direitos autorais pelo uso não autorizado da tecnologia de captura de movimento de outra empresa na produção da versão em live-action de A Bela e a Fera, lançada em 2017. A decisão foi proferida por um júri federal na Califórnia, conforme reportado pela Reuters.
O júri de Oakland concluiu que a Disney utilizou o software MOVA Contour da Rearden LLC sem permissão para renderizar o rosto da Fera, interpretado pelo ator Dan Stevens. A Rearden receberá mais de US$ 250.000 em danos reais e recomendou que a Disney pagasse mais de US$ 345.000 de seus lucros com o filme, de acordo com Steve Berman, advogado da Rearden.
A Rearden, fundada em 2000 pelo ex-engenheiro da Apple Steve Perlman, processou a Disney pela primeira vez em 2017. A alegação era de que um “funcionário desonesto” da Rearden roubou a tecnologia Contour e a entregou a outra empresa, a Digital Domain 3.0. O processo afirmou que a Disney infringiu o direito autoral da Rearden no software de captura facial Contour ao trabalhar com a Digital Domain para utilizar a tecnologia no filme.
A empresa, que se apresenta como “um ambiente para a exploração e desenvolvimento de novas artes e tecnologias”, afirmou ter trabalhado com a Casa do Mickey em outras produções que utilizaram a tecnologia, incluindo Tron: O Legado e Os Vingadores, e reivindicou que a The Walt Disney Company deveria saber que a Digital Domain não tinha o direito de usar o software.
Resposta da Disney
Um porta-voz da Disney expressou satisfação pelo fato de o júri ter “rejeitado corretamente o pedido de US$ 38 milhões em lucros do filme” feito pela Rearden. No entanto, a empresa negou as alegações, argumentando que a Rearden não possuía os direitos autorais do software quando estava trabalhando em A Bela e a Fera e que não poderia ser responsabilizada por violação de direitos autorais com base no uso do software pela Digital Domain.
Reivindicações da Rearden
A Rearden processou por danos monetários, incluindo uma parte dos lucros do filme da Disney. A Bela e a Fera arrecadou mais de US$ 1,25 bilhão mundialmente, conforme a queixa registrada pela Rearden.
A Rearden também entrou com processos relacionados contra a Paramount e a 20th Century Fox da Disney, que foram pausados durante o caso de A Bela e a Fera. A empresa também trouxe alegações relacionadas contra a Marvel Studios pelo suposto uso indevido de sua tecnologia em Guardiões da Galáxia e Vingadores: Era de Ultron. Essas reivindicações também estão em espera.
Sobre A Bela e a Fera
A Bela e a Fera de 2017 é uma adaptação em live-action do clássico animado da Disney, estrelado por Emma Watson como Bela e Dan Stevens como a Fera. O filme, dirigido por Bill Condon, reconta a icônica história de amor com um visual deslumbrante e trilha sonora memorável, incluindo novas músicas. O filme está disponível no Disney+.