Um juiz de Los Angeles certificou uma ação coletiva histórica, acusando a Disney de pagar salários inferiores a cerca de 9.000 mulheres em comparação aos seus colegas masculinos. Esta ação é considerada a maior já autorizada sob a Lei de Igualdade Salarial da Califórnia, que proíbe a discriminação salarial baseada em gênero para trabalhos substancialmente semelhantes.
Lori Andrus, advogada das demandantes, celebrou a decisão fora do tribunal. “A Disney vem desmerecendo estas mulheres há quatro anos“, declarou. “Elas amam seus empregos e a marca, mas exigem respeito e tratamento justo no ambiente de trabalho“.
Resposta da Disney
Em resposta, a Disney manifestou descontentamento com a decisão e está avaliando suas opções. A empresa argumentou que comparar salários entre milhares de grupos de trabalho refletiria decisões descentralizadas de inúmeros gerentes, tornando o caso excessivamente complexo.
“Estamos decepcionados com a decisão do tribunal quanto às reivindicações da Lei de Igualdade Salarial e estamos considerando nossas opções“, disse um porta-voz da empresa à Variety.
Abrangência da ação
A classe inclui funcionárias da Disney na Califórnia que trabalharam em posições não sindicais abaixo do nível de vice-presidente desde 1º de abril de 2015, abrangendo várias unidades da empresa, incluindo hotéis e parques da Disneyland California, linha de cruzeiros, estúdios de cinema e TV da Disney, ABC, Marvel e Lucasfilm. Não estão incluídas funcionárias de Pixar, ESPN, Hulu, Fox ou FX.
Felicia Davis, advogada da Disney, argumentou que as diferenças entre os cargos são tão variadas que seria impraticável considerar todos os membros da ação coletiva como tendo trabalhos “substancialmente semelhantes”. Ela citou uma extensa lista de títulos de emprego para reforçar seu argumento: produtores musicais, confeiteiros, enfermeiros, arquitetos, engenheiros de atrações, diretores de efeitos visuais, adestradores de cães de segurança e gerentes de mídia social de Star Wars.
“São segmentos diferentes, áreas de negócios diferentes, em locais diferentes”, disse ela. “Eles se reportam a diferentes gerentes. Eles estão em setores completamente diferentes, que pagam de maneira completamente diferente.”
A Disney enfrentará um desafio jurídico complexo para demonstrar que as disparidades salariais se devem a fatores permitidos, como educação, treinamento e experiência. O juiz questionou a alegação de que não existe um método eficiente para estabelecer disparidades salariais em grupos amplos.
Ambas as partes contrataram especialistas para comprovar ou refutar a existência de uma disparidade salarial baseada em gênero. Lori Andrus, advogada das demandantes, afirmou que o salário inicial das mulheres é, em média, 2% menor que o dos homens. Uma reivindicação paralela sob a Lei de Equidade e Habitação Justa da Califórnia foi negada, com base no uso do históricosalarial anterior para determinar salários iniciais.
Uma conferência está marcada para 9 de fevereiro, e o julgamento deve ocorrer antes de outubro, segundo Lori Andrus.