Oppenheimer, de Christopher Nolan, oferece uma narrativa que entrelaça três linhas do tempo, com a presença enigmática de Albert Einstein ao lado de J. Robert Oppenheimer. Embora o filme utilize interações fictícias entre os dois cientistas para efeito dramático, ele está fundamentado em sua conexão na vida real, que ia além de uma simples relação de conhecidos.
A representação de Einstein atua como um ponto de referência para que o público compreenda a trama intrincada. O filme apresenta Oppenheimer consultando o famoso físico alemão para cálculos matemáticos e envolvendo-se em conversas críticas em Princeton. Embora essas interações específicas sejam invenções de uma narrativa criativa, elas se inspiram em elementos históricos, tornando Einstein reconhecível e acessível para o público.
Em uma entrevista, o diretor Christopher Nolan explicou que a familiaridade com o cientista o tornou um personagem essencial para guiar a narrativa. Suas palavras finais enigmáticas a Oppenheimer acrescentam um toque assombroso ao filme, levantando a questão sobre sua verdadeira relação na história.
Na realidade, Oppenheimer e Einstein foram ambos membros do corpo docente do Instituto de Estudos Avançados de Princeton durante meados do século 20. Isso lhes proporcionou oportunidades de interação e desenvolvimento de uma associação amigável. Publicamente, eles expressaram admiração mútua, com Einstein apoiando Oppenheimer durante um período de escrutínio por suas afiliações políticas.
Oppenheimer e Einstein eram mais que colegas
Brincadeiras também sugerem uma proximidade maior entre os dois. Uma história da biografia de Oppenheimer, “American Prometheus”, o descreveu instalando uma antena na casa de Einstein para permitir que ele ouvisse transmissões de música clássica. Esse gesto atencioso implica um interesse genuíno em sua amizade além de um simples conhecimento mútuo.
O livro explica: “Conhecendo o amor de Einstein pela música clássica e sabendo que seu rádio não podia receber transmissões de concertos de Nova York do Carnegie Hall, Oppenheimer providenciou a instalação de uma antena no telhado da modesta casa de Einstein na 112 Mercer Street. Isso foi feito sem o conhecimento de Einstein – e então, em seu aniversário, Robert apareceu em sua porta com um novo rádio e sugeriu que ouvissem um concerto agendado. Einstein ficou encantado.”
No entanto, o filme retrata com precisão a divisão geracional que existia entre os cientistas. Oppenheimer, um brilhante aprendiz, ultrapassou as visões científicas de seu mentor, enquanto a relutância de Einstein em abraçar a física mais moderna criou uma distância entre eles. O ceticismo inicial de Einstein em relação aos buracos negros e as pesquisas inovadoras de Oppenheimer sobre o assunto demonstraram suas ideologias científicas contrastantes.
Além disso, eles contribuíram de maneira diferente para o desenvolvimento da física nuclear. Einstein apoiou uma carta instando o desenvolvimento de armas nucleares como defesa contra a ameaça nazista, mas não prosseguiu com um envolvimento mais profundo. Oppenheimer, por outro lado, desempenhou um papel significativo no Projeto Manhattan, o que levou a dilemas morais e maiores fardos em sua consciência.
Apesar de suas diferenças, Oppenheimer e Einstein mantiveram relações amigáveis durante seu tempo em Princeton. Suas personalidades distintas e pontos de vista científicos contribuíram para uma relação dinâmica que transcendeu a mera conhecência.
Em conclusão, Oppenheimer habilmente cria interações ficcionais entre J. Robert Oppenheimer e Albert Einstein, baseadas na associação na vida real entre os dois eminentes cientistas. Embora o filme apresente uma narrativa intrigante, ele captura com sucesso a essência de seu relacionamento histórico e as complexidades que fundamentaram suas interações.
Oppenheimer está em exibição nos cinemas.