Você sabia? Na França, Disney+ não pode ter filmes lançados nos últimos 3 anos no cinema

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Um grande problema para os assinantes franceses do Disney+ é que a França tem uma regulamentação bastante rígida (e antiquada para muitos) protegendo a indústria cinematográfica local, o que acaba afetando a disponibilidade de novos lançamentos nos serviços de streaming.

A lei francesa determina que quando um longa-metragem é lançado nos cinemas, ele deve aguardar 4 meses para poder ser lançado em DVD. Depois de 10 meses, o filme pode ser exibido na TV aberta, e apenas após 36 meses pode ser transmitido pelas plataformas de streaming, como Disney+, Netflix e Amazon Prime Video.

Essa restrição já foi e ainda é motivo de muita disputa entre a Netflix e entidades francesas relacionadas ao cinema. A comunidade de produtores de filmes da França valoriza profundamente a experiência que o cinema proporciona, e sempre que pode impõe dificuldades às plataformas de streaming, que fazem muitos lançamentos diretamente via Internet ao invés das salas de cinema.

Em 2018, Netflix e Festival de Cannes chegaram a romper as relações, depois que a organização francesa, se aproveitando da restrição imposta pela legislação mencionada acima, criou uma nova regra impedindo a participação de filmes que não foram exibidos nos cinemas da França. A Netflix declarou que não teria nenhum problema em estrear seus filmes nas salas de cinema francesas, desde que não houvesse a restrição de 36 meses para entrar no catálogo do streaming.

Surgiram iniciativas visando flexibilização dessas regras, como redução para 15 meses para empresas que investissem no cinema Francês mediante pagamento de taxas ao CNC (Centro Nacional do Cinema e da Imagem Animada), organização governamental ligada ao Ministério da Cultura da França. Nessa mesma proposta, as empresas que não pagassem a taxa, teriam que aguardar 35 meses para lançarem os filmes via streaming, apenas 1 mês a menos do que a situação atual.

Mudança temporária na Pandemia

Neste ano, com a pandemia do COVID-19, a CNC entrou em negociações com as associações de cinema locais para desconsiderar, de forma temporária, as regras vigentes, permitindo que os filmes pulassem os cinemas e fizessem as estreias no modelo de vídeo sob demanda.

Quase todas as organizações de cinema na França manifestaram concordância, embora temporariamente. O momento de discórdia ocorreu quando o ministro da cultura da França, Franck Riester, e o CNC anunciaram numa decisão unilateral que todos os filmes que estavam nos cinemas em 14 de março poderiam ser lançados imediatamente via streaming, o que gerou indignação de alguns proprietários de salas de cinema.

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