
Quando a Disney decidiu relançar Star Wars nos cinemas, sabia que cada passo seria observado de perto. Depois do enorme sucesso de O Despertar da Força, em 2015, a franquia entrou em território desconhecido ao apostar em seu primeiro derivado cinematográfico, Rogue One: Uma História Star Wars.
A proposta era diferente. Em vez de jedis no centro da história, o filme acompanharia personagens comuns envolvidos em uma missão suicida, ligada diretamente aos eventos de Uma Nova Esperança. O tom mais sério apresentado nos primeiros materiais chamou atenção, mas o que aconteceu nos bastidores acabou sendo tão comentado quanto o resultado final.
Anos depois do lançamento, novas declarações reacenderam a curiosidade sobre como esse filme realmente foi construído.
Mads Mikkelsen revela bastidores caóticos de Rogue One
Durante participação em um vídeo da Variety, no qual precisava reconhecer falas marcantes de sua carreira, Mads Mikkelsen se deparou com uma frase dita por Galen Erso em Rogue One. A lembrança fez o ator comentar algo que surpreendeu até fãs mais atentos.
Segundo ele, o roteiro do longa nunca chegou a ser fechado de fato.
“Para um filme de Star Wars, o roteiro estava surpreendentemente inacabado. Ele mudava o tempo todo. Dá a impressão de que nunca travaram uma versão final. Continuaram ajustando, improvisando, refilmando e encontrando ideias melhores”, afirmou o ator.
Mikkelsen explicou que essa dinâmica funcionou melhor para personagens como o seu, que tinham uma função bem definida dentro da história. Já para os protagonistas mais jovens, a situação teria sido bem mais desafiadora.
“Para alguém como eu, era possível lidar com isso. Eu sabia qual era a missão do meu personagem. Mas para os dois heróis jovens, sem saber exatamente o que cada cena carregava, devia ser bem complicado”, completou, ressaltando que, apesar disso, o resultado final foi positivo.
Ajustes e a busca pelo tom certo

Os comentários do ator não chegam a ser totalmente inesperados. Ainda em 2016, meses antes da estreia, surgiram relatos de que Rogue One passaria por refilmagens significativas.
Em março daquele ano, The Hollywood Reporter revelou que o filme voltaria aos sets após executivos assistirem a um primeiro corte. A avaliação interna apontava que o longa estava mais próximo de um “filme de guerra” do que do espírito tradicional da saga.
Uma fonte explicou à publicação que, por se passar imediatamente antes de Uma Nova Esperança, o longa precisava dialogar melhor com o clima da trilogia original. Apesar de bem executado, o material inicial não teria atingido o padrão esperado em termos de alcance de público.
Pouco depois, a Entertainment Weekly detalhou que as novas filmagens durariam cerca de quatro a cinco semanas. Segundo fontes ouvidas pela revista, o objetivo era trazer mais clareza à história e aprofundar momentos entre os personagens, sem alterar drasticamente a estrutura do filme.
“As mudanças tinham a ver com clareza e desenvolvimento de personagens, inseridas dentro de cenas já filmadas”, disse uma das fontes.
O papel de Tony Gilroy nas mudanças
Outro nome frequentemente associado às transformações de Rogue One é Tony Gilroy, criador de Andor. De acordo com outro relatório do The Hollywood Reporter, Gilroy teria se tornado uma força central durante o processo de refilmagens e pós-produção, atuando de forma não creditada inicialmente.
Mais tarde, o próprio roteirista confirmou que sua contribuição foi suficiente para garantir um crédito oficial, como contou em entrevista ao podcast The Moment With Brian Koppelman.
Do outro lado, o diretor Gareth Edwards sempre fez questão de minimizar a ideia de um “resgate” do filme. Em entrevista ao programa The Business, da KCRW, em 2023, repercutida pela Variety, ele afirmou que muitos relatos exageraram o que realmente aconteceu nos bastidores.
Segundo Edwards, Gilroy colaborou ativamente, mas as decisões sempre foram tomadas de forma conjunta até os momentos finais da produção.
Rogue One: Uma História Star Wars está disponível no catálogo do Disney+.