Nem o histórico respeitável de James L. Brooks foi suficiente para salvar Imperfeitamente Perfeita de um começo pra lá de complicado nos cinemas. O novo filme do diretor chegou às salas com números que acenderam todos os alertas em Hollywood.
A estreia arrecadou cerca de US$ 2 milhões no primeiro fim de semana, valor ainda pior do que as projeções iniciais, que giravam entre US$ 3 milhões e US$ 4 milhões. O longa foi lançado em aproximadamente 2.500 salas, o que deixa o desempenho ainda mais difícil de engolir.
Com isso, Imperfeitamente Perfeita entra oficialmente para a lista nada honrosa de pior estreia da história moderna da Disney em um lançamento amplo (wide release).
Crítica não perdoou o novo filme de James L. Brooks
Se os números de bilheteria já não ajudam, a recepção da crítica tornou a situação ainda mais delicada. Após o fim do embargo, as avaliações despencaram rapidamente.
No Rotten Tomatoes, o filme aparece com apenas 22% de aprovação, enquanto no Metacritic a nota está em 37. Na prática, são resultados muito parecidos com os de Como Você Sabe, lançado em 2010, que também fracassou tanto comercialmente quanto entre críticos.
Para muitos analistas, esse cenário reforça a sensação de que, aos 85 anos, James L. Brooks talvez tenha dirigido seu último longa-metragem.
Um retorno após 15 anos longe dos cinemas
Imperfeitamente Perfeita marca o primeiro filme de Brooks em 15 anos. O orçamento foi relativamente modesto para padrões de estúdio, cerca de US$ 35 milhões, bem abaixo dos US$ 120 milhões gastos em Como Você Sabe, que arrecadou apenas US$ 30 milhões e acabou ficando marcado como um dos grandes tropeços da carreira do diretor.
Na história, Emma Mackey interpreta uma jovem política que cresce rapidamente na carreira até se tornar governadora de seu estado. Ao mesmo tempo, ela tenta equilibrar a vida profissional intensa com questões familiares e pessoais.
Elenco estrelado não foi suficiente
O projeto até tentou chamar atenção com um elenco de peso. Além de Emma Mackey, o filme conta com Rebecca Hall, Jamie Lee Curtis, Woody Harrelson, Ayo Edebiri, Albert Brooks, Kumail Nanjiani, Jack Lowden e Spike Fearn.
Mesmo assim, o nome da protagonista ainda não tem força comercial suficiente para segurar um lançamento desse porte sozinha, algo que pesou bastante no desempenho do longa.
Nos bastidores, muita gente se pergunta por que a 20th Century Studios, hoje sob o guarda-chuva da Disney, deu sinal verde para Imperfeitamente Perfeita.
O roteiro não empolgou a crítica, Brooks não emplaca um sucesso desde Melhor é Impossível, lançado há 28 anos, e o apelo comercial era limitado desde o início.
Segundo rumores da indústria, a resposta está em uma troca de favores bem ao estilo Hollywood. Ao aprovar Imperfeitamente Perfeita, o estúdio teria garantido o comprometimento de Brooks no desenvolvimento da sequência de Os Simpsons: O Filme, já anunciada para chegar aos cinemas em 2027.
Na prática, um acordo do tipo “uma mão lava a outra”.
Imperfeitamente Perfeita já está em cartaz nos cinemas brasileiros e em breve será incluído no catálogo do Disney+.