Os serviços de streaming estão tentando achar novas formas de manter o público fidelizado, e a briga já não é só entre eles. Hoje, as maiores “distrações” vêm das redes sociais e dos jogos. Pensando nisso, empresas como a Netflix já entraram no mundo dos games, oferecendo dezenas de jogos mobile para seus assinantes. Agora, a Disney parece estar se preparando para seguir o mesmo caminho com o Disney+.
Durante a mais recente reunião de divulgação trimestral de resultados financeiros para os investidores, o CEO da Disney, Bob Iger, comentou que existe espaço para a plataforma virar uma espécie de super app. Segundo ele:
“Obviamente, há uma grande oportunidade com jogos. O investimento que fizemos e o acordo fechado com a Epic Games, mesmo sendo focado na plataforma deles, abre portas para integrar vários recursos parecidos com jogos no Disney+.”
A parceria com a Epic Games já está rendendo frutos. Um exemplo é a mini-temporada de Fortnite com o tema de Os Simpsons e um mini-jogo inspirado na Disneyland.
Além disso, quem tem Disney+ e vincular sua conta à Epic Games pode ganhar itens exclusivos dentro do Fortnite.
Essa não seria a primeira vez que a Disney mistura jogos com streaming. Antes mesmo do Disney+ existir, a empresa chegou a lançar o DisneyLife, um app que reunia filmes, músicas, livros e também jogos.
Mas a ideia dos games acabou ficando de lado depois que a Disney mudou sua estratégia e passou a licenciar suas marcas para outras empresas desenvolverem os jogos. Agora, com a nova onda de integração, a ideia voltou.
O exemplo da Netflix e o potencial da Disney
A Netflix tem apostado nos jogos mobile dentro do plano de assinatura, aas descobriu que o mundo dos games tem suas particularidades, principalmente por conta do modelo de monetização. A maioria dos jogos mobile lucra mais com microtransações do que com anúncios dentro do app.
Já a Disney tem um acervo enorme de jogos, com franquias populares que já foram adaptadas para celulares, consoles e até serviços como o DisneyNOW e o Apple Arcade.
A estratégia pode ser uma forma de prender o usuário por mais tempo dentro do Disney+, com opções que vão além de séries e filmes. Isso já foi falado anos atrás pelo ex-CEO Bob Chapek, que queria transformar o Disney+ em um hub com tudo da marca.
Mesmo que os primeiros jogos integrados sejam mais simples, com o avanço da tecnologia em nuvem, não está descartada a possibilidade de títulos mais elaborados entrarem na plataforma, como a versão do Fortnite com modo Disney.