
Os canais da Disney, incluindo ESPN, ABC, FX e National Geographic, foram retirados do YouTube TV depois que as empresas não chegaram a um novo acordo. A remoção aconteceu menos de uma hora antes do fim do contrato anterior, deixando mais de 10 milhões de assinantes sem acesso aos canais da empresa, inclusive às transmissões esportivas da ESPN.
A Disney e o YouTube vinham negociando há semanas, mas as conversas emperraram. Assim que o contrato venceu, os canais foram completamente removidos da interface do YouTube TV, sem qualquer aviso explicativo, algo que costuma aparecer em disputas parecidas na TV a cabo tradicional.
O YouTube TV é um serviço pago, de propriedade do do Google, e está disponível exclusivamente nos Estados Unidos. Ele permite assistir a uma variedade de conteúdos, incluindo esportes, notícias, e entretenimento.
Em comunicado, a Disney afirmou: “Infelizmente, o YouTube TV, do Google, decidiu negar aos seus assinantes o conteúdo que eles mais valorizam ao se recusar a pagar preços justos por nossos canais, incluindo ESPN e ABC. Com um valor de mercado de 3 trilhões de dólares, o Google usa sua posição dominante para eliminar a concorrência e forçar condições abaixo do padrão de mercado. Sabemos que isso é frustrante para os assinantes e seguimos comprometidos em buscar uma solução o mais rápido possível.”
O YouTube respondeu logo em seguida: “Na semana passada, a Disney ameaçou retirar seus canais do YouTube TV para pressionar um acordo que aumentaria os preços para nossos clientes. Agora, eles cumpriram essa ameaça e suspenderam o conteúdo na plataforma. Essa decisão prejudica diretamente nossos assinantes e beneficia os próprios serviços de TV ao vivo da Disney, como o Hulu + Live TV e o Fubo. Entendemos a frustração dos assinantes e continuamos pedindo que a Disney negocie de forma justa para restaurar seus canais.”
Para tentar amenizar a situação, o YouTube TV informou que vai oferecer um crédito de 20 dólares para os assinantes afetados, caso os canais fiquem fora do ar por muito tempo.
Essa não é a primeira vez que o serviço enfrenta problemas do tipo em 2025. Só neste ano, já houve impasses com NBCUniversal, Paramount e FOX. Esses casos acabaram resolvidos antes da retirada dos canais, diferente do que aconteceu com a Univision, que saiu da plataforma em setembro.
A Disney também tem um longo histórico de disputas parecidas. A empresa já removeu seus canais de operadoras como Charter, DirecTV e Sling em negociações anteriores nos Estados Unidos. Em alguns desses acordos, a empresa acabou oferecendo benefícios extras, como acesso ao ESPN Unlimited e ao Disney+, para quem mantivesse a assinatura.
O que está por trás da briga
Segundo a Disney, o YouTube TV estaria tentando conseguir um acordo melhor do que o firmado com outras distribuidoras, como Charter e Comcast. A empresa diz que o Google não quer pagar o mesmo valor que os concorrentes pagam pelos canais da Disney, nem aceitar as condições que já foram estabelecidas com serviços como Hulu + Live TV e Fubo.
Especialistas apontam que a Disney tenta incluir o Disney+ e o ESPN Unlimited nos novos contratos para aumentar a receita, já que o público está migrando cada vez mais da TV tradicional para o streaming.
Enquanto isso, quem sai perdendo por enquanto são os assinantes, que ficaram sem acesso aos canais e precisam decidir se esperam o acordo sair ou se migram para outro serviço.