
O Hulu finalmente desembarcou no Disney+. A mudança aconteceu oficialmente por volta das 14:00 do dia 8 de outubro de 2025, marcando o fim da marca Star e a adoção mundial do selo Hulu. Mas a grande pergunta é: o que de fato já mudou na plataforma?
Desde que a Disney anunciou essa transição, muito se falou sobre reformulação visual, novos recursos e até um sistema de recomendações mais inteligente.
No entanto, agora que o Hulu já aparece dentro do Disney+, a sensação é de que o impacto inicial foi bem mais discreto do que o esperado, pelo menos por enquanto.
Da confirmação à estreia do Hulu no Disney+
Oficialmente, tudo começou em 6 de agosto de 2025, quando a Disney confirmou que a marca Hulu substituiria o selo Star em todo o mundo. Durante a apresentação dos resultados financeiros do terceiro trimestre fiscal de 2025, o CEO Bob Iger explicou que o Hulu deixaria de ser exclusivo dos Estados Unidos para se tornar uma marca de entretenimento dentro do Disney+ em todo o mundo.
Na ocasião, Iger também adiantou que a mudança traria melhorias de interface e uma nova experiência personalizada para os assinantes, com direito a visual renovado e novas ferramentas de recomendação.
Já no dia 2 de outubro, a Disney revelou a data oficial da mudança: 8 de outubro de 2025. O anúncio também reforçava que essa não seria apenas uma troca de nome, mas uma transformação completa da plataforma. Na prática, porém, as alterações visíveis até agora ainda são bem limitadas.
O que realmente mudou até agora

Por enquanto, as mudanças no Disney+ são essencialmente visuais.
- O botão “Star” da tela inicial foi substituído pelo “Hulu”.
- As miniaturas (thumbnails) dos filmes e séries originais que antes exibiam o selo Star agora mostram o logotipo do Hulu.
- A intro “Star Original” nos conteúdos exclusivos foi trocada por “Hulu Originals”.
- A antiga página do Star dentro do Disney+ foi removida e deu lugar a uma nova seção dedicada ao Hulu, com um visual ligeiramente diferente das demais (Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic). No entanto, esse layout ainda não é exatamente o mesmo oficial divulgado pela Disney.
Além disso, surgiram algumas pequenas novidades nas páginas “Filmes” e “Séries”. Agora aparecem novos gêneros, como por exemplo “Filmes Brasileiros”, “Séries Brasileiras”, “Séries Coreanas”, “Policial” e “Animes Dublados”.
E sobre isso há uma curiosidade que poucos conhecem: dentro do código dessas páginas sempre existiram e continuam existindo categorias ocultas, que aparecem aleatoriamente em alguns países.
Entre elas estão “Audiodescrição”, “Comédia Stand-up”, “Originais ESPN”, “Notícias”, “Todos os Filmes” e “Todas as Séries”. Essas duas últimas apareciam no Brasil até 2024 e ainda funcionam se acessadas via código. O problema é que hoje elas mostram menos de 50% do que realmente existe no catálogo total, algo bem estranho.

O que foi anunciado, mas ainda não chegou
A nova barra de navegação

Uma das principais promessas da Disney foi a nova barra superior com quatro abas:
- Para Você, com sugestões personalizadas;
- Disney+, com os conteúdos da Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic;
- Hulu, reunindo produções voltadas ao público adulto (tudo o que era Star);
- ESPN, voltada aos esportes ao vivo, de acordo com o tipo de assinatura (Padrão com anúncios, Padrão ou Premium).
Por enquanto, essa nova navegação ainda não está disponível em nenhum dispositivo, seja TV, PC, tablet ou smartphone.
Visual com prévias automáticas

Outra promessa era a exibição de uma prévia em movimento nas páginas dos filmes e séries, um recurso que lembra a interface da Netflix.
A Disney chegou a divulgar a animação acima, mostrando o filme Thunderbolts* com esse formato, mas até o momento o recurso ainda não foi implementado.
Hub “Ao Vivo”
Nos Estados Unidos, o Disney+ já conta com uma aba chamada “Ao Vivo”, que reúne transmissões em tempo real de esportes, notícias e eventos, além de “canais 24 horas”, que nada mais são que playlists temáticas.
Essa seção também está prevista para chegar aos países que receberam o Hulu, mas ainda não apareceu.
Novas etiquetas de destaque
As tags “Final de Temporada”, “Nova Série” e “Novo Filme”, mostradas nas prévias oficiais da Disney, também ainda não surgiram no Disney+.
A ideia é que elas ajudem os usuários a identificar novidades e conteúdos em alta (veja exemplo de Thunderbolts* acima), mas pelo jeito essa é mais uma atualização que será liberada por etapas.
Algoritmo de personalização

Bob Iger havia garantido que o algoritmo do Disney+ seria aprimorado para oferecer recomendações mais precisas, e isso foi um dos pontos mais aguardados com a chegada do Hulu.
Como isso é algo mais difícil de identificar de imediato, nós do Guia Disney+ Brasil fizemos o seguinte experimento prático:
- Criamos o perfil “Teste1” e reproduzimos, por horas, apenas animações da Disney, como Encanto, Moana, Enrolados e Frozen 2.
- Criamos o perfil “Teste2” e reproduzimos títulos de terror e suspense com classificação indicativa de 16 e 18 anos, como Tic-Tac: A Maternidade do Mal, American Horror Story e Ninguém Vai Te Salvar.
O resultado foi misto. No perfil voltado às animações, apareceram várias sugestões que têm tudo a ver com as animações selecionadas para exibição, como Elementos, Ratatouille, Divertida Mente 2, Alladin, O Touro Ferdinando, entre muitos outros. A coisa desandou quando, no meio da lista de recomendações para esse perfil de animações, apareceram Impuros, Godfather of Harlem, Em Busca de Vingança e Grey’s Anatomy, títulos que não fazem muito sentido nesse caso.
No perfil de terror, as sugestões começaram bem, mas de repente surgiram Branca de Neve, Lilo & Stitch e até a recente minissérie bíblica A Vida de Jó, da Record.
Ou seja, considerando todas as recomendações que apareceram, o resultado não foi dos piores, mas aparentemente ainda não está no padrão prometido pelo CEO da Disney, Bob Iger.
E quanto aos conteúdos?

Antes da mudança, muitos assinantes temiam que o catálogo do Disney+ referente ao Star fosse reduzido com a chegada do Hulu. Isso não aconteceu. Nenhum título foi automaticamente removido da plataforma.
Vale lembrar, porém, que a rotação de conteúdos licenciados continua acontecendo. Filmes e séries entram e saem do catálogo regularmente, e o Disney+ ainda não avisa com antecedência quando uma produção será retirada, algo que os usuários continuam reclamando.
Também é importante destacar que a chegada do Hulu não trouxe grandes estreias. Uma mudança tão importante merecia lançamentos de peso no mundo todo, mas isso não aconteceu. Apesar de alguns lançamentos extras no dia 8 de outubro, isso já é um padrão do Disney+, que costuma adicionar conteúdos fora do cronograma mensal oficial e com zero divulgação.
Em termos de novidades, o único movimento realmente diferente foi o anúncio antecipado de novas temporadas de três séries populares: Os Simpsons, 9-1-1 e O Rastreador, todas programadas para janeiro de 2026 no Brasil.
O que essa mudança realmente representa
A substituição do Star pelo Hulu fora dos Estados Unidos é parte da estratégia da Disney para fortalecer a marca Hulu internacionalmente. A empresa quer que o selo represente o mesmo público adulto que o Star+ atendia na América Latina antes de ser incorporado ao Disney+ como Star.
Por enquanto, a mudança é mais simbólica do que prática. O visual foi atualizado, mas as grandes novidades, como o novo design, as ferramentas personalizadas e o hub ao vivo, ainda não chegaram.
O que se espera é que, nas próximas semanas, essas melhorias finalmente comecem a aparecer e tragam ao público a experiência completa que Bob Iger apresentou. Até lá, o Hulu no Disney+ é, na prática, uma grande troca de nome, com promessas ainda em fase de implementação e outras, exclusivas para dispositivo móveis, marcadas para 2026.