James Cameron revela qual regra precisou quebrar para fazer Avatar: Fogo e Cinzas do jeito certo

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James Cameron é um diretor que construiu sua carreira com obras grandiosas e recordistas de bilheteria, sempre atento aos mínimos detalhes técnicos. Mas o processo criativo por trás da franquia Avatar tem sido tão intenso que até mesmo ele precisou abrir exceções em seus métodos. Durante uma longa entrevista à Variety, Cameron contou bastidores de Avatar: O Caminho da Água e revelou curiosidades sobre Avatar: Fogo e Cinzas, próximo capítulo da saga que estreia em dezembro.

Além de falar sobre as filmagens, ele comentou como está conduzindo o trabalho com as equipes de efeitos visuais, revelou mudanças importantes no roteiro já depois de ter finalizado o terceiro filme e explicou como a trajetória de personagens como Jake, Neytiri, Kiri e Spider será ainda mais explorada. O diretor também abriu o jogo sobre o futuro da franquia e sua indecisão em relação a projetos paralelos.

A regra que Cameron deixou de lado

O cineasta contou que, normalmente, evita rever seus filmes logo após o lançamento. Ele prefere se afastar por alguns anos até conseguir olhar para a obra como espectador, sem o olhar crítico de diretor.

Porém, com Fogo e Cinzas em fase final de pós-produção, James Cameron precisou assistir novamente a O Caminho da Água para manter a consistência entre os dois filmes.

“Eu geralmente tenho um período de moratória de alguns anos em que não quero pensar sobre o filme. Mas agora precisei rever para garantir a coerência, principalmente no uso da música e em cenas de diálogo”, explicou.

Essa revisão, segundo ele, foi necessária porque as duas produções estão diretamente conectadas, tanto em tom quanto em desenvolvimento dos personagens.

Filmagens em sequência

Grande parte do material de O Caminho da Água e Fogo e Cinzas foi filmada entre 2017 e 2019, em um período de 18 meses. Cameron destacou que cerca de 95% das cenas foram gravadas nesse intervalo, o que permitiu manter a continuidade na interpretação dos atores.

Um exemplo citado foi Sigourney Weaver, que interpreta Kiri, filha adotiva de Jake e Neytiri. Mesmo aos 70 anos, Weaver conseguiu viver a personagem adolescente de forma convincente justamente porque a filmagem de seus arcos foi feita de uma só vez.

Mudanças inesperadas em Fogo e Cinzas

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Embora já tivesse o filme praticamente finalizado, Cameron decidiu que algo importante estava faltando. Ele percebeu que o retorno do Toruk, a grande ave montada por Jake no primeiro Avatar, precisava estar presente na nova história.

“Eu sempre esperei a pergunta: por que Jake não vai buscar o pássaro gigante e acabar com todos os inimigos como antes? Percebi que ele precisava fazer isso. Então reescrevi algumas cenas e voltamos a filmar. Funcionou muito bem”, contou.

Essa decisão atrasou parte da finalização, mas, segundo ele, tornou o arco do personagem mais coerente com sua própria jornada.

Foco nos efeitos visuais

Outro ponto abordado na entrevista foi a forma como Cameron tem conduzido as equipes de efeitos visuais. Em vez de apenas cobrar a perfeição técnica, ele passou a incentivar que os artistas pensem em cada cena de maneira criativa, como se fossem contadores de histórias.

“Quando converso com animadores e supervisores, não pergunto só sobre a técnica. Pergunto: qual é o propósito da cena? O que estamos dizendo com ela? Por que ela existe?”, explicou.

Ele revelou que esse processo começou em O Caminho da Água e se intensificou em Fogo e Cinzas, gerando resultados surpreendentes.

Muitos efeitos chegaram prontos já na primeira versão de revisão, algo incomum em produções desse porte. Para Cameron, esse modelo mostra que a inteligência artificial não pode substituir a sensibilidade dos artistas.

A importância do luto em Avatar 3

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O diretor também destacou que a morte do filho mais velho de Jake e Neytiri em O Caminho da Água terá consequências profundas no terceiro filme. Ele quis mostrar como a perda de um filho afeta de forma real uma família, sem ignorar a dor em favor da ação.

“Na vida real, quando pais perdem um filho, muitos casamentos não resistem. Eu queria trazer esse peso para a história e mostrar como isso pressiona a relação deles”, disse.

Além disso, os jovens personagens Kiri, Lo’ak e Spider terão papéis ainda mais centrais. Cameron ressaltou que Spider funciona como um elo entre todos os outros, inclusive entre Jake e Quaritch, transformando o conflito entre herói e vilão em algo mais denso.

O futuro de Avatar e outros projetos

A Disney já marcou Avatar 4 para 2029 e Avatar 5 para 2031, mas Cameron admitiu que seu futuro ainda está em aberto. Tudo dependerá do resultado financeiro de Fogo e Cinzas, já que os custos de produção subiram muito, especialmente na área de efeitos visuais.

Ele também falou sobre Fantasmas de Hiroshima, projeto sobre o qual já falamos antes e que pretende dirigir no futuro, mas ainda sem roteiro pronto. Segundo o diretor, há a possibilidade de pausar a franquia para realizar esse filme ou até de emendar as próximas produções de Avatar sem intervalo.

“Estou em um ponto de cruzamento. Não sei ainda se sigo direto com os próximos filmes, se faço uma pausa para projetos menores ou se foco em outra produção. A única certeza é que não vou deixar de dirigir”, afirmou.

Avatar: Fogo e Cinzas chega exclusivamente aos cinemas do Brasil no dia 18 de dezembro de 2025.

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