Tiros atingem sede da ABC em Sacramento após protestos pela suspensão de Jimmy Kimmel

ABC10-em-Sacramento Tiros atingem sede da ABC em Sacramento após protestos pela suspensão de Jimmy Kimmel

A tarde desta sexta-feira (19) foi marcada por tensão em Sacramento, Califórnia. A sede da KXTV, afiliada da ABC e conhecida como ABC10, foi alvo de disparos por volta das 13:30, horário local. Segundo a polícia, os tiros foram feitos de dentro de um carro em movimento contra uma das janelas do prédio.

Apesar do susto, ninguém ficou ferido. Ainda não há detalhes sobre o veículo ou suspeitos, e os investigadores avaliam se o ataque foi aleatório ou se teve motivação direta.

O caso aconteceu apenas um dia depois de um protesto em frente ao mesmo prédio, em apoio ao apresentador Jimmy Kimmel, cujo programa Jimmy Kimmel Live! foi suspenso pela ABC.

A suspensão do programa de Jimmy Kimmel

A polêmica começou com declarações de Kimmel em seu monólogo. Ele criticou Donald Trump por suas falas sobre a NFL e o TikTok, e depois mencionou o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.

“Alcançamos novos baixos no fim de semana com a gangue MAGA tentando desesperadamente caracterizar esse garoto que matou Charlie Kirk como qualquer coisa menos um deles, e fazendo tudo o que podem para ganhar pontos políticos com isso”, disse o apresentador, referindo-se ao acusado Tyler Robinson.

Robinson, de 22 anos, confessou o crime ao pai e afirmou que Kirk “espalhava muito ódio”. Segundo a mãe, o jovem havia se envolvido mais com política, defendendo pautas ligadas à esquerda, como os direitos LGBTQIA+.

As declarações de Kimmel foram criticadas por conservadores, que o acusaram de insensibilidade. O presidente da FCC, Brendan Carr, também reagiu publicamente, e a Nexstar decidiu retirar Jimmy Kimmel Live! de suas afiliadas da ABC por tempo indeterminado. A rede confirmou a suspensão, o que gerou acusações de censura e protestos em diversas cidades.

Protestos em diferentes cidades

Em Sacramento, manifestantes se reuniram em frente à KXTV com cartazes que diziam “Primeira Emenda“, “Resista” e “Você é o Próximo“. O ato foi pacífico, mas destacou o clima de tensão.

Em Burbank, na sede da Disney, cerca de 300 roteiristas e atores sindicalizados marcharam em solidariedade ao apresentador. Entre os cartazes, frases como “ABC se curva ao fascismo” e “Até Matt Damon sabe que isso é uma m*rda“. Um deles ainda fez uma referência à série Star Wars: Andor, cujos discursos políticos se encaixariam na situação atual.

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A atriz Alyssa Phillips declarou: “Estou cansada de me sentir impotente. Sei que isso ajuda porque me lembro de como ajudou em 2023. Há força na solidariedade e no barulho”.

O roteirista Kevin Chesley levou um cartaz inspirado na série Andor, da Disney. “O que está acontecendo é horrível. O que aconteceu com Charlie Kirk é horrível. Estou aqui porque estou doente por este país e o amo. Quero que seja melhor”, disse ele.

Em Hollywood, fãs, turistas e ativistas anti-Trump se reuniram em frente ao El Capitan Theatre, onde o programa é gravado. Os manifestantes carregavam cartazes como “Cancele o Disney+“, “Está começando a parecer muito com a Rússia” e “Jimmy Kimmel deve ficar“.

O músico Sellassie Blackwell puxou gritos de ordem ao som de “I Want to Break Free”, do Queen. Sunsara Taylor, do grupo RefuseFascism.org, alertou para o que chamou de risco de “fascismo” com ameaças de Trump a licenças de transmissão.

A polícia precisou intervir para manter os protestos organizados durante o horário de pico.

Investigação em andamento

O porta-voz da polícia de Sacramento, Anthony Gamble, confirmou que equipes coletaram evidências no local, incluindo projéteis que atravessaram a janela do saguão.

“Estamos investigando se foi aleatório ou direcionado”, afirmou Gamble.

Até o momento, não há ligação comprovada entre os disparos e os protestos ligados a Jimmy Kimmel, mas a proximidade entre os dois episódios chama atenção.

A ABC e a Tegna, controladora da afiliada, não comentaram o ataque. Já as autoridades reforçaram o pedido para que qualquer pessoa com informações sobre o veículo ou possíveis suspeitos entre em contato com a polícia local.

Fontes: ABC7, CBS News e Deadline.

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