Mais de vinte anos depois de lançar Gladiador e marcar o cinema com uma das produções épicas mais lembradas de todos os tempos, Ridley Scott voltou ao universo da Roma Antiga com Gladiador 2, que já está disponível na Netflix. O novo filme trouxe grandes batalhas, personagens inéditos e deu continuidade à herança de Maximus (Russell Crowe).
Apesar das opiniões divididas entre crítica e público, a sequência conseguiu bons números de bilheteria. O arco de Lucius (Paul Mescal), ganhou destaque, mas o final deixou espaço para novas histórias envolvendo os rumos do Império Romano.
Foi nesse contexto que Ridley Scott se manifestou e confirmou que pretende levar a saga adiante com Gladiador 3.
Diretor garante novo filme
Em entrevista ao The Guardian, o cineasta foi categórico:
“Diante do desempenho que vimos no resto do mundo ontem, certamente haverá um Gladiador III.”
Gladiador 2 arrecadou mais de US$ 462 milhões até o fim de sua exibição nos cinemas. O orçamento, somando produção e marketing, ultrapassou US$ 350 milhões, o que coloca em pauta a questão dos custos elevados. Ainda assim, Scott demonstrou confiança na continuidade.
O desempenho é ainda mais relevante considerando que o filme estreou em meio à concorrência de títulos como Wicked e Moana 2, ambos grandes sucessos de bilheteria.
Recepção crítica e do público
O primeiro Gladiador, de 2000, venceu o Oscar de Melhor Filme, e tem 80% de aprovação no Rotten Tomatoes. Já Gladiador 2 alcançou 71%, ficando relativamente próximo da marca do original.
Entre o público, as notas foram semelhantes às do primeiro, o que mostra que a sequência conseguiu se conectar com quem buscava mais histórias ambientadas na Roma imperial.
O que sobrou para Gladiador 3
O final de Gladiador 2 foi marcado por uma série de mortes. Lucilla (Connie Nielsen), Acacius (Pedro Pascal), Macrinus (Denzel Washington) e os imperadores Geta e Caracalla (Joseph Quinn e Fred Hechinger) não sobreviveram à trama.
Restou Lucius, interpretado por Paul Mescal, como o único protagonista com futuro em aberto. Herdeiro de Maximus e Lucilla, ele encerra o filme matando Macrinus e conseguindo unir exércitos rivais. Sua linhagem o coloca como sucessor natural, ainda que isso não corresponda ao que a história real registra.
A presença de Lucius como centro da próxima história parece inevitável e abrie espaço para explorar tanto seu governo quanto os inimigos que certamente surgirão.
Possíveis caminhos históricos
Gladiador 2 se passa em 211 d.C., mas Ridley Scott já mostrou não ter interesse em seguir os registros históricos ao pé da letra. Ainda assim, há possibilidades interessantes que podem servir de base para Gladiador 3.
Na vida real, Macrinus governou por pouco mais de um ano, algo muito diferente do que foi mostrado no filme.
Seu sucessor foi Elagábalo, que ficou conhecido por introduzir o culto ao deus sírio Elagabal em Roma, algo que gerou grande polêmica. Esse período poderia render um pano de fundo repleto de conflitos religiosos e políticos.
Algumas décadas depois, em 235 d.C., o império mergulhou na chamada “Crise do Terceiro Século”, marcada por guerras civis, invasões e rápidas trocas de imperadores. Esse momento de caos seria perfeito para ambientar uma continuação, oferecendo muitos conflitos internos e externos.
O futuro da franquia
Embora o colapso definitivo do Império Romano só seja associado ao ano de 476 d.C., muito distante da linha temporal atual da franquia, Scott tem liberdade para avançar no tempo se assim desejar. A saga sempre misturou personagens originais com figuras históricas reais, adaptando os fatos ao cinema.
Com Lucius à frente, Gladiador 3 pode mostrar sua consolidação como governante, suas batalhas políticas e militares e os dilemas de liderar um império que já começava a mostrar sinais de instabilidade.
O que está claro é que Ridley Scott não pretende encerrar tão cedo a saga do Gladiador, e há muitos caminhos possíveis para que a história siga explorando as glórias e contradições de Roma.