Faz sentido assistir Outlander: Blood of My Blood antes de Outlander?

Outlander-e-Outlander-Blood-of-My-Blood Faz sentido assistir Outlander: Blood of My Blood antes de Outlander?

Com a estreia de Outlander: Blood of My Blood no Disney+, a série tem gerado muita repercussão nas redes sociais e entre fãs de dramas históricos, romances e viagens no tempo. Como uma prequel da premiada Outlander, baseada nos livros de Diana Gabaldon, ela explora as origens dos pais de Jamie Fraser e Claire Randall, ambientada no século XVIII na Escócia e durante a Primeira Guerra Mundial na Inglaterra.

Mas uma dúvida comum surge entre os espectadores novatos: vale a pena assistir Blood of My Blood antes da série original? A resposta curta é não, e vamos explicar o porquê neste artigo.

Entendendo a cronologia e a ordem de lançamento

Cronologicamente, Outlander: Blood of My Blood se passa antes dos eventos de Outlander (desconsiderando as viagens no tempo que são o coração da trama principal). A nova série foca nas histórias de amor e desafios dos pais de Jamie (Ellen MacKenzie e Brian Fraser) e dos pais de Claire (Julia Moriston e Henry Beauchamp), em épocas distintas: o clã MacKenzie na Escócia do século XVIII e a Inglaterra da guerra no século XX.

Isso pode levar alguns a pensar que ela serve como uma introdução perfeita para o universo. No entanto, a ordem recomendada para quem nunca assistiu a nenhuma das séries é seguir a sequência de lançamento: comece por Outlander (que estreou em 2014 e ainda terá sua oitava e última temporada) e só depois mergulhe em Blood of My Blood.

Isso não é mero capricho, a produção da pré-sequência foi concebida com o público de Outlander em mente, assumindo que os espectadores já conhecem os personagens, suas personalidades, linhagens familiares, ancestrais e os mistérios das viagens no tempo.

Assistir na ordem inversa pode diluir o encanto e fazer com que conexões cruciais passem despercebidas.

Por que assistir Outlander primeiro?

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Claire e Jamie em imagem promocional da primeira temporada de Outlander

Blood of My Blood não é uma história isolada. Ela é uma expansão do mundo de Outlander, repleta de easter eggs, referências e prenúncios que só ganham peso com o conhecimento prévio. Sem o contexto da série original, muitos momentos perdem o impacto planejado pelos criadores.

Por exemplo, os primeiros episódios já introduzem uma infinidade de personagens que aparecem mais velhos em Outlander, como Murtagh, Colum MacKenzie, Dougal MacKenzie, Jocasta, Sra. Fitz, e os inseparáveis amigos Angus e Rupert.

Para um novato, eles são apenas rostos novos. Para os fãs, lembram relacionamentos profundos e tragédias futuras. Considere o caso de Colum MacKenzie: em Blood of My Blood, vemos sua versão jovem mancando, um detalhe que pode parecer banal. Mas quem assistiu Outlander sabe exatamente o que aflige Colum (uma condição médica rara) e quem, no futuro, o diagnosticará e ajudará… uma referência direta a Claire, a protagonista da série original. Sem esse background, o momento perde toda a camada de ironia e conexão temporal.

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Dougal MacKenzie e Colum em Outlander

Além disso, há menções direta à própria Claire, que podem confundir ou passar batidas por quem não a conhece. A satisfação de saber sobre quem estão falando (uma mulher do futuro que viaja no tempo) evapora completamente.

E não podemos esquecer de Craigh na Dun, o círculo de pedras místico que é o portal principal para as viagens no tempo em Outlander. Na série original, ele é explorado com detalhes e mistério desde o início. Em Blood of My Blood, ele aparece sem explicações iniciais, assumindo que o espectador já entende sua importância.

Em resumo, Blood of My Blood foi escrita para complementar Outlander, não para substituí-la como ponto de entrada. Assistir a prequel primeiro pode até ser viável para alguns, como sugerem críticas que o veem como acessível a novatos, mas a experiência será superficial, sem a emoção e as surpresas que os criadores pensaram.

Um exemplo perfeito: Breaking Bad e Better Call Saul

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Para ilustrar essa dinâmica, pense no universo de Vince Gilligan com Breaking Bad e sua prequel Better Call Saul. Cronologicamente, Better Call Saul se passa antes de Breaking Bad, explorando as origens de Saul Goodman (Jimmy McGill) e outros personagens como Mike Ehrmantraut e Gus Fring.

No entanto, a ordem ideal é assistir Breaking Bad primeiro e depois Better Call Saul. Por quê? Porque a prequel é cheia de referências, prenúncios e conexões que ganham sentido com o conhecimento dos eventos futuros.

Em Better Call Saul, vemos as sementes de corrupções e alianças que explodem em Breaking Bad, mas sem o contexto original, muitos twists perdem a força. Assistir na ordem de lançamento permite que as tramas se complementem de forma perfeita, criando uma trama coesa.

Da mesma forma, Outlander: Blood of My Blood enriquece o mundo de Outlander, mas só brilha mesmo quando vista como uma extensão, não como uma introdução.

Conclusão: Comece pelo original e evite spoilers inversos. Se você é novo no universo de Outlander, resista à tentação de pular para Blood of My Blood só porque é o “começo cronológico”. A série original oferece uma imersão completa nos temas de amor, história, cultura escocesa e mistérios temporais, preparando o cenário para que a prequel seja cheia de descobertas.

No Brasil, todos os episódios de Outlander e Outlander: Blood of My Blood estão disponíveis no Disney+.

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