
Durante a divulgação do novo Superman, James Gunn comentou como a Marvel sofreu com uma política de produção acelerada, imposta pela Disney durante a fase mais intensa do Disney+. Segundo ele, o excesso de séries e filmes lançados num curto espaço de tempo afetou diretamente a qualidade das produções e desgastou o público.
Quando questionado pela Rolling Stone se os erros da Marvel foram responsabilidade direta dos executivos da empresa, Gunn foi direto: “Isso não foi justo. Não foi certo. E quase as matou.”
Ele também revelou que Louis D’Esposito, um dos principais nomes da Marvel Studios, reconheceu esse problema em conversas privadas com ele.
Com o lançamento do Disney+, a Disney pressionou para que o serviço fosse abastecido constantemente com novidades do universo Marvel. Isso resultou numa enxurrada de títulos: séries, filmes, especiais e curtas lançados quase sem pausa entre eles.
A estratégia parecia funcionar no início, mas os resultados começaram a mostrar desgaste. A audiência no streaming caiu, as bilheterias de alguns filmes não corresponderam às expectativas e o entusiasmo do público esfriou.
A virada com Bob Iger
A volta de Bob Iger ao cargo de CEO da Disney, no fim de 2022, marcou uma mudança de rumo. A empresa parou de anunciar novos projetos a todo momento e começou a reorganizar o calendário.
Produções já anunciadas foram adiadas, como Coração de Ferro, que estava prevista para dois anos atrás e só vai estrear agora em junho de 2025. A ideia foi reduzir o ritmo, dar mais tempo para os roteiristas e diretores trabalharem e, com isso, tentar reconquistar o interesse do público.
A abordagem da DC com James Gunn
Do outro lado, Gunn assumiu o comando criativo da DC Studios, junto com Peter Safran, e já começou um processo de reformulação.
A aposta dele é clara: “Não temos um número fixo de filmes e séries para lançar por ano. Vamos produzir apenas o que acharmos realmente bom.”
Ele reforçou que nenhum projeto da nova fase da DC será iniciado sem que o roteiro esteja em um nível que ele pessoalmente considere pronto. Isso significa menos pressa e mais cuidado com cada produção.
O cansaço do público com tantas produções de super-heróis não é exclusividade da Marvel. A DC também sofreu nos últimos anos com filmes desconectados, bilheterias decepcionantes e dificuldade de engajar o público fora de grandes franquias.
Gunn reconhece que há um limite para o quanto o público consegue acompanhar. Para ele, o segredo está em trazer mais variedade nas histórias, mais atenção aos roteiros e menos dependência de eventos interligados.
Marvel reduz número de projetos
Depois de anos com lançamentos quase mensais, a Marvel Studios passou a reduzir a quantidade de filmes e séries por ano. Muitos dos títulos revelados na Comic-Con de 2022 continuam sem previsão de estreia, e há rumores de que parte deles pode nem sair do papel.
O plano agora é priorizar o que já está em andamento, como a nova fase dos Vingadores. Até lá, a ideia é reconquistar o público com produções mais espaçadas e bem desenvolvidas.
Com Coração de Ferro, Agatha Desde Sempre e Demolidor: Renascido, a Marvel espera retomar o ritmo sem sobrecarregar os espectadores. Ao mesmo tempo, Gunn prepara o novo universo DC com seu Superman, que será o primeiro filme da fase reformulada.
Ambos os estúdios tentam evitar os erros do passado recente. Para Gunn, o foco está em cuidar de cada projeto como se fosse único: “Temos que tratar cada produção como se fosse uma sorte poder fazê-la.”
Essa mudança de postura pode ajudar a reequilibrar o gênero de super-heróis, que dominou o cinema na última década e agora tenta se reinventar.