O novo lançamento da Pixar, Elio, vai explorar um território pouco comum para o estúdio: cenas com clima de terror. Apesar de continuar voltado ao público mais novo, o filme traz momentos que lembram bastante obras do gênero, misturando ficção científica com situações mais sombrias.
A história acompanha Elio, um garoto que é levado do planeta Terra para fazer parte de uma sociedade alienígena, onde ele espera finalmente se encaixar. Lá, ele acaba encontrando figuras nada amigáveis, como o líder de guerra Grigon.
Em entrevista ao site The Direct, as diretoras Domee Shi e Madeline Sharafian, e a produtora Mary Alice Drumm, explicaram como o lado mais sombrio entrou no projeto.
Inspiração no terror e ficção científica
Segundo as diretoras, a ideia de incluir momentos assustadores veio naturalmente durante o processo criativo. Domee Shi contou que sempre foi fã de filmes de terror e ficção científica, citando nomes como John Carpenter e Ridley Scott como referências.
“Parecia uma oportunidade divertida de variar um pouco. A gente sabia que precisava mostrar o que estava acontecendo com Olga e o clone que substituiu Elio. Aos poucos, ela vai percebendo que não é o verdadeiro filho, reparando nos detalhes que antes incomodavam, mas agora fazem falta”, explicou Domee.
“Aí pensamos: como fazer isso de forma inesperada, diferente? Foi aí que o lado mais sombrio entrou. Eu e a Madeline curtimos esse estilo, e as ideias surgiam nas sessões de roteiro. A gente brincava: e se isso acontecesse? E se fosse assim?”
Madeline relembrou a criação de uma cena em que o clone invade uma base militar. “Foi muito divertido trabalhar nessa sequência. Todos os departamentos se empolgaram com o clima mais tenso.”
Domee completou: “Eu sempre gostei de sentir um pouquinho de medo. É divertido. Quando era criança, curtia os filmes do Tim Burton, e até hoje gosto dessa sensação. Pixar costuma fazer rir ou chorar, mas acho que dá pra provocar outras reações também.”
Como foi criado o visual do Comuniverso
Outro destaque de Elio é o visual do universo alienígena, chamado de Communiverso. A proposta era construir um ambiente totalmente diferente da Terra, e para isso, a equipe contou com o designer Harley Jessup, que trabalhou em Ratatouille e Viva: A Vida é uma Festa.
“O visual do filme sempre parte do personagem. Como essa é uma história de realização de desejo, com um menino que sonha em ser abduzido e acaba indo parar num lugar incrível, queríamos que o ambiente refletisse isso”, explicou Domee.
A Terra foi representada com tons mais frios, formas rígidas e composição simétrica. Já o Communiverso é colorido, vibrante, cheio de formas orgânicas e texturas inspiradas em vitrais. Os alienígenas também variam bastante: alguns com vários olhos, outros sem nenhum.
“Elio se sente deslocado na Terra. Ele usa um tapa-olho e é visto como estranho. Mas nesse novo mundo, há todo tipo de criatura. Isso ajuda a mostrar que ali ele pode se sentir mais à vontade”, completou a diretora.
Elio estreia nos cinemas do Brasil em 19 de junho.