
A Disney e a Universal entraram com um processo contra a empresa Midjourney por seu gerador de imagens com inteligência artificial. A acusação é de que a plataforma estaria usando personagens famosos das duas empresas sem autorização.
O processo foi aberto em um tribunal federal em Los Angeles. Nele, os estúdios afirmam que a Midjourney reproduz e distribui imagens de personagens como Darth Vader, Elsa de Frozen, e os Minions de Meu Malvado Favorito sem permissão.
Segundo a ação, a empresa ignorou os pedidos para parar de usar esse tipo de material protegido por direitos autorais ou, pelo menos, implementar ferramentas que impedissem a criação dessas imagens.
Imagens de personagens famosos geradas sem licença
A denúncia afirma que, mesmo após ser alertada, a Midjourney continuou desenvolvendo versões mais avançadas do seu gerador de imagens e permitiiu que os usuários criassem representações de alta qualidade desses personagens.
Entre os exemplos citados no processo estão imagens de Yoda com um sabre de luz, Bart Simpson andando de skate, o Homem de Ferro voando e Buzz Lightyear em ação. Todos personagens controlados por unidades da Disney.
Do lado da Universal, aparecem o dragão de Como Treinar o Seu Dragão, Shrek e Po, de Kung Fu Panda.
Os estúdios afirmam que a Midjourney copia essas imagens e até planeja distribuir vídeos com esses personagens.
“Midjourney se aproveita das obras protegidas dos autores e distribui imagens (e em breve vídeos) que claramente usam e copiam personagens famosos da Disney e Universal — sem investir nada na criação dessas obras”, diz o texto da ação. “A infração é intencional e planejada.”
O que os estúdios pedem na justiça

No processo, Disney e Universal pedem que o tribunal emita uma liminar proibindo a Midjourney de continuar copiando suas obras ou oferecendo o serviço sem mecanismos de proteção contra infrações. Eles também buscam uma compensação financeira, cujo valor não foi revelado.
A acusação alega que a Midjourney usou essas obras protegidas para treinar sua IA, gerando novas imagens com base em personagens protegidos por direitos autorais.
Criada em 2021 por David Holz, a empresa oferece acesso ao serviço por meio de assinaturas pagas e teria faturado 300 milhões de dólares no último ano, segundo os estúdios.
Esta não é a primeira vez que a Midjourney é acusada de usar imagens de forma indevida no treinamento de sua IA.
Em 2023, um juiz federal da Califórnia considerou válida uma ação movida por dez artistas contra a Midjourney, Stability AI e outras empresas. A alegação era de que essas empresas teriam copiado e armazenado obras protegidas em seus servidores, usando-as sem consentimento.
O processo continua em andamento.
Em uma entrevista à Forbes em 2022, o CEO David Holz comentou que construiu a base de dados da empresa com “uma grande varredura na internet”. Quando questionado se buscou autorização dos artistas cujas obras tinham direitos autorais, ele respondeu: “Não existe realmente um jeito de conseguir cem milhões de imagens e saber de onde elas vêm.”
Via Reuters