A série Bem-vindos ao Wrexham, disponível no Disney+, mostra de perto quanto custa manter vivo o sonho de comandar um clube de futebol. Desde que Ryan Reynolds e Rob McElhenney compraram o Wrexham A.F.C., o público acompanha as vitórias e dificuldades enfrentadas por eles fora de campo.
O clube galês, que estava longe dos holofotes, passou a ser o centro das atenções. Mas transformar o time em uma potência não saiu barato, e os números mostrados na série dão uma ideia do tamanho do investimento.
Comprar o clube foi só o começo dos gastos
Em 2020, Reynolds e McElhenney compraram o Wrexham por 2,5 milhões de dólares. Desde então, o time subiu três divisões em três anos, mas isso exigiu mais do que esforço esportivo.
Para manter o crescimento, os dois seguiram investindo constantemente no clube. Mesmo com os bons resultados em campo, o saldo financeiro não é dos mais positivos.
Em um dos episódios, McElhenney brinca sobre o quanto estão perdendo, e o valor estimado chega a 12 milhões de dólares de prejuízo.
A dupla também decidiu ampliar o estádio do clube. O projeto, no entanto, ficou mais complicado do que o esperado. Em um episódio de 2024, o diretor executivo Humphrey Ker explicou o que aconteceu:
“Pedimos dinheiro ao governo britânico para construir uma arquibancada nova e chique, mas fomos negados. Mesmo assim, decidimos demolir a antiga e tentamos de novo. Aí conseguimos a verba, mas esbarramos em uma série de questões regulatórias que precisaram ser resolvidas antes de finalmente construir a coisa toda.”
Enquanto isso, construíram uma estrutura provisória, o que gerou mais um prejuízo, dessa vez, de mais de 400 mil dólares. Ainda assim, Reynolds e McElhenney seguiram em frente com outros projetos, acumulando novos custos.
Mas foi uma decisão tomada na quarta temporada da série que realmente pesou no orçamento.
Um risco calculado para chegar mais longe
Na estreia da quarta temporada de Bem-vindos ao Wrexham, o clube chegou a um ponto decisivo. A direção precisava escolher entre manter o time na League One com uma estratégia mais estável, correndo o risco de perder 1 milhão de dólares e não subir de divisão, ou apostar alto para tentar uma vaga na Championship.
McElhenney descreveu o dilema assim: “A gente quer fazer a coisa mais responsável, que seria montar um time sustentável na League One, ou apostar tudo e tentar subir pra Championship?” A resposta de Reynolds foi direta: “Vamos nessa.”
O investimento para essa tentativa foi alto: 50 milhões de dólares. A aposta, no fim, deu resultado. Em abril de 2025, o Wrexham conseguiu o acesso à Championship (equivalente à Série B no Brasil).
Com o time agora na Championship, a segunda divisão do futebol inglês, o cenário muda bastante. O que antes parecia distante, como disputar uma vaga na Premier League, começa a parecer mais realista. A estrutura vem melhorando, o elenco tem se fortalecido e o clube já provou que consegue crescer com consistência, mesmo que isso custe caro.
Assumir o controle do clube já tinha sido uma grande aposta. Mas como mostra a série, esse foi apenas o começo de uma jornada que envolveu muitas decisões arriscadas e contas cada vez mais altas.