
A Disney talvez gostaria de voltar no tempo e recomeçar 2025. Depois de enfrentar dois grandes fracassos de bilheteria, o estúdio deve ter tirado algumas lições importantes. Mas talvez nem Capitão América: Admirável Mundo Novo nem Branca de Neve tivessem muita salvação. Os dois filmes já haviam sido adiados, o que indicava preocupação. Agora, perto do fim da exibição nos cinemas, Branca de Neve enfrenta dificuldades para alcançar sua última marca importante nas bilheterias.
Conforme os dados mais recentes do Box Office Mojo, com US$ 85,7 milhões arrecadados nos Estados Unidos e mais US$ 109,2 milhões em outros países, o total global de Branca de Neve está em US$ 195 milhões. Falta pouco para bater a marca simbólica de US$ 200 milhões, mas ainda não se sabe se o filme conseguirá.
O ritmo de crescimento das bilheteiras diminuiu tanto que parece que o longa, assim como a própria personagem clássica, entrou em um sono profundo, e agora, resta saber se algum fator externo conseguirá “acordá-lo” e levá-lo a ultrapassar esse marco antes do fim de sua trajetória nos cinemas.
O que é certo é que o remake não chegará perto de cobrir seu orçamento de produção, estimado em mais de US$ 270 milhões, sem falar nos custos associados a marketing, taxas residuais e outros gastos, o que poderia chegar a um total de US$ 410 milhões.
Considerando que o ponto de equilíbrio seria algo próximo de US$ 500 milhões, Branca de Neve deve gerar um prejuízo considerável para a Disney. Mesmo assim, o filme ainda pode trazer algum retorno no futuro com vendas digitais, produtos licenciados e outras fontes de receita.
Branca de Neve acaba entrando para a lista de produções que sinalizaram uma fase difícil para os remakes live-action da Disney.
Os primeiros sinais de desgaste surgiram com Dumbo, de Tim Burton, que teve desempenho abaixo do esperado. Depois, A Pequena Sereia também enfrentou uma jornada conturbada até encontrar sucesso. Assim como esses projetos, Branca de Neve também gerou controvérsia antes de chegar aos cinemas.
As controvérsias envolvendo Rachel Zegler
Parte da polêmica em torno do filme envolveu a atriz Rachel Zegler, protagonista de Branca de Neve. Alguns atribuíram a baixa bilheteria a comentários políticos feitos por ela em apoio à Palestina e contra o público conservador norte-americano, sem falar nas críticas à animação original e uma clara falta de afinidade com Gal Gadot, e atriz israelense que interpreta a Rainha Má.
No entanto, outros fatores também pesaram. O filme recebeu apenas 40% de aprovação no Rotten Tomatoes, o que indica uma recepção crítica bastante fria. Além disso, produções baseadas na história de Branca de Neve tradicionalmente não costumam gerar grandes resultados nas bilheteiras.

Mesmo com toda a expectativa, Branca de Neve arrecadou menos da metade do que Branca de Neve e o Caçador, estrelado por Kristen Stewart, conseguiu há alguns anos.
O cenário sugere que o fracasso da nova adaptação vai além de polêmicas pessoais, envolvendo questões mais amplas sobre o mercado e o interesse do público.
Branca de Neve ainda terá uma segunda chance no Disney+
Apesar do desempenho fraco nas bilheterias, Branca de Neve ainda pode encontrar um público maior quando chegar ao Disney+. Como acontece com todos os grandes lançamentos da Disney, o filme terá seu destino final no streaming, onde poderá ganhar uma nova oportunidade de ser descoberto por quem optou por não ir ao cinema.
Carregando um dos títulos mais tradicionais do estúdio, o do primeiro longa-metragem animado da história da Disney, é natural e esperado que Branca de Neve ainda gere curiosidade.
Muitas pessoas devem ter preferido não gastar com ingressos, principalmente após as polêmicas envolvendo a atriz Rachel Zegler e as críticas negativas.
No entanto, em casa, a barreira para dar uma chance ao filme é bem menor. Existe uma expectativa de que o lançamento no Disney+ possa impulsionar, mesmo que de forma temporária, o número de novos assinantes, com o público interessado em conferir por conta própria se essa nova versão entrega uma experiência divertida.
Considerando o padrão recente dos estúdios da Disney, como Marvel, Pixar e Disney Animation, o intervalo entre a estreia nos cinemas e a chegada ao Disney+ tem sido de aproximadamente 100 dias.
Branca de Neve ainda está em cartaz, mas, com base na data de lançamento nas telonas, a previsão é que o filme entre no catálogo do Disney+ no final de junho ou começo de julho. A página do live-action está criada na plataforma desde agosto de 2024.