O cinema está passando por um período de grandes mudanças, e uma das forças mais influentes nesse processo é a Geração Z. Para os cineastas Joe e Anthony Russo, diretores de vários sucessos no da Marvel, como Capitão América: O Soldado Invernal e Vingadores: Ultimato, e de novidades muito aguardadas, como Vingadores: Doomsday e Vingadores: Guerras Secretas, o futuro da indústria será definido pelo gosto desse público jovem, que cresceu em um cenário de consumo completamente diferente do que o tradicional mercado cinematográfico conhecia.
Mas o que torna essa geração tão especial? E como sua forma de consumir entretenimento pode redefinir o que veremos nas telas nos próximos anos?
Uma geração conectada e exigente
Os jovens da Geração Z (nascidos entre meados dos anos 1990 e o início dos anos 2010) cresceram cercados por tecnologia, redes sociais e plataformas de streaming. Para eles, assistir a um filme nos cinemas não é a única – nem sempre a principal – forma de consumir histórias.
O YouTube, o TikTok e o streaming mudaram a maneira como interagem com conteúdo audiovisual, trazendo um ritmo mais rápido, histórias fragmentadas e uma cultura que valoriza experiências interativas.
Segundo Joe Russo em entrevista para o The Hollywood Reporter, essa mudança pode levar a uma reformulação do cinema como conhecemos:
“Estamos em um dos maiores momentos de transição da história do audiovisual. O futuro será definido pelo gosto da Geração Z, mas ainda não sabemos exatamente para onde isso levará, porque eles foram treinados para consumir de um jeito completamente diferente.”
Cinema versus streaming: uma batalha em andamento
Um dos pontos centrais dessa transformação é o papel das salas de cinema. Enquanto grandes franquias como Avatar, Homem-Aranha e Vingadores ainda conseguem atrair milhões de espectadores, outros filmes de médio porte têm enfrentado dificuldades para se destacar.
Para a Geração Z, assistir a um filme no conforto de casa pode ser tão (ou mais) atrativo do que ir ao cinema.
Isso levanta questões sobre o futuro dos lançamentos cinematográficos. Plataformas como Netflix, Disney+ e Amazon Prime Video já investem pesadamente em superproduções feitas diretamente para o streaming, sem depender exclusivamente das bilheteiras tradicionais.
Esse modelo pode se tornar ainda mais forte se o público jovem continuar priorizando a conveniência e o acesso imediato ao conteúdo.
A fusão do cinema com o mundo digital
Além do streaming, outro fator que pode impactar o cinema é a fusão cada vez maior entre filmes, games e realidade virtual. A Geração Z não vê barreiras entre essas formas de entretenimento.
O sucesso de universos expandidos, como o da Marvel e Star Wars, mostra que essa nova geração gosta de histórias que transcendem um único formato.
Para os irmãos Russo, a evolução do cinema pode incluir experiências imersivas e interativas, combinando tecnologias como realidade aumentada e inteligência artificial para criar narrativas personalizadas.
“Esperamos mudanças radicais. O futuro pode misturar elementos do cinema tradicional com experiências de jogo, realidade virtual e interação direta com a história.”, afirmou Joe Russo.
O desafio para os estúdios
Se a Geração Z está mudando as regras do jogo, os estúdios precisam se adaptar rapidamente. Isso significa não apenas investir em novas tecnologias, mas também entender o que atrai esse público. Algumas tendências que já estão se consolidando incluem:
Histórias mais dinâmicas e diretas, sem longas introduções ou desenvolvimentos arrastados.
Maior diversidade e representatividade, refletindo o mundo real de forma mais autêntica.
Interatividade e participação do público, seja por meio de redes sociais, experiências imersivas ou decisões que influenciam a trama.
Integração entre diferentes formatos, permitindo que um filme se expanda para jogos, séries, conteúdos de curta duração e até redes sociais.
Como será o futuro do cinema?
Ainda é difícil prever exatamente como será o cinema daqui a 10 ou 20 anos, mas uma coisa é certa: a Geração Z está redefinindo o entretenimento. Se os estúdios e cineastas não acompanharem essa evolução, podem perder relevância em um mercado cada vez mais competitivo e digital.
O desafio para diretores e produtores será encontrar um equilíbrio entre inovação e tradição, mantendo o que torna o cinema uma experiência única, mas adaptando-o às novas formas de consumo.
Seja através de novas tecnologias, formatos interativos ou histórias mais conectadas com o público jovem, o futuro da indústria cinematográfica estará diretamente ligado às preferências dessa nova geração.
