Ex-chefe da Marvel processa Disney por discriminação: “mais um velho branco”

Robert-Steffens Ex-chefe da Marvel processa Disney por discriminação: "mais um velho branco"

O ex-diretor financeiro e copresidente da Marvel de 2015 a 2023, Robert Steffens, entrou com um processo contra a Disney alegando que foi impedido de assumir um cargo de liderança por questões raciais e etárias.

Segundo Steffens, o então CEO da Disney, Bob Chapek, vetou sua promoção para presidente da divisão de produtos de consumo da empresa.

Motivo da recusa e ação na Justiça

De acordo com o processo, o ex-CEO da Marvel, Isaac Perlmutter, teria informado Steffens em fevereiro de 2022 que a Disney não poderia dar o cargo para “mais um velho branco“. A posição foi, então, concedida a uma mulher cuja etnia não foi especificada.

Steffens argumenta que a Disney estava implementando um esforço oficial para promover executivos com base em sua raça.

No documento apresentado ao tribunal de Los Angeles, ele afirma que a empresa mantinha um memorando que classificava os funcionários usando a sigla “BIPOC” (negros, indígenas e pessoas de cor).

Os advogados de Steffens alegam que as ações da Disney foram “intencionais, opressivas e feitas com total desprezo pelos direitos” do ex-executivo.

Em declaração ao Fox News Digital, a advogada Marcella Burke afirmou: “Nosso foco principal está nos fatos e na lei, e defenderemos vigorosamente os interesses do nosso cliente.”

Mudanças na Disney e fim do programa “Reimagine Tomorrow”

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O processo acontece em um momento em que a Disney está revendo suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).

Nos últimos dias, a empresa anunciou o encerramento do programa Reimagine Tomorrow, que visava aumentar a representatividade de minorias em suas produções e prometia que 50% dos personagens regulares e recorrentes seriam de grupos sub-representados.

Além disso, a Disney teria reduzido outros programas relacionados à diversidade, pressionada por acionistas ativistas e pela nova administração de Donald Trump, que determinou o fim de iniciativas DEI no setor público e para empresas contratadas pelo governo.

Outras empresas revisam políticas de diversidade

A Disney não é a única companhia a fazer ajustes em seus programas de inclusão. Recentemente, empresas como Meta e John Deere também reduziram suas iniciativas, enquanto Apple e Costco decidiram manter seus esforços.

Google, GM, Intel, Pepsi, Comcast e outras optaram por suavizar ou remover a linguagem voltada para DEI de seus materiais institucionais.

O tema também tem sido alvo de disputas judiciais. Na semana passada, a varejista Target foi alvo de uma ação coletiva movida por acionistas, que alegam que a empresa enganou investidores sobre os riscos financeiros de suas políticas de diversidade.

Segundo os autores do processo, essas medidas levaram a boicotes e a uma queda expressiva no valor das ações.

O impacto das mudanças na Disney

As decisões recentes da Disney reacenderam debates sobre o impacto das políticas de diversidade dentro das empresas e como elas afetam a gestão, o desempenho financeiro e a percepção do público.

Enquanto alguns veem as mudanças como um recuo, outros acreditam que as empresas estão apenas ajustando suas estratégias diante da pressão do mercado e das regulamentações governamentais.

O processo de Steffens ainda está em andamento, e a Disney não comentou publicamente sobre o caso até o momento.

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