Com a ascensão dos serviços de streaming, o Disney+ surgiu como um dos grandes do mercado, oferecendo muitas opções de conteúdo original, dada a quantidade de estúdios sob o domínio da Casa do Mickey. Entre os destaques estão as produções da Marvel e Star Wars. Apesar do sucesso inicial, dados recentes indicam uma queda no interesse por essas franquias.
A Marvel Studios e a Lucasfilm observaram uma diminuição no número de espectadores tanto em lançamentos diretamente em plataformas de streaming quanto nas bilheterias. Filmes recentes como As Marvels e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania não alcançaram o sucesso esperado, marcando um dos piores desempenhos da Marvel. Este declínio levou a uma reavaliação das estratégias de lançamento e produção de conteúdo.
Os estúdios enfrentaram críticas por lançarem muitos projetos em um curto período de tempo, o que resultou em uma percepção de queda na qualidade e no interesse dos personagens por parte do público. A saturação do mercado com séries de super-heróis contribuiu para o fenômeno conhecido como “fadiga de super-heróis”, onde o público começou a selecionar mais criteriosamente o conteúdo que consome.
Dados da Parrot Analytics (via The Wrap) indicam uma redução drástica na demanda por essas séries. The Mandalorian, por exemplo, que inaugurou a era das séries de Star Wars na Disney+, inicialmente teve um grande sucesso. No entanto, séries subsequentes como O Livro de Boba Fett e Andor não mantiveram o mesmo nível de interesse.
Ajustes e novas direções
A resposta da Disney às tendências de queda não demorou. Com o retorno de Bob Iger como CEO em 2022, iniciou-se um grande esforço de redução de custos, resultando em ondas de demissões dentro da empresa. Marvel e Lucasfilm pausaram temporariamente suas produções, reduzindo o ritmo e permitindo uma maior atenção à melhoria do conteúdo em desenvolvimento.
Além disso, os estúdios voltaram a focar em lançamentos nos cinemas, uma estratégia que pode levar algum tempo para mostrar resultados efetivos. A greve de Hollywood também serviu como uma justificativa perfeita para a Disney retardar a produção e adiar o lançamento de muitos títulos.
Por exemplo, Coração de Ferro, inicialmente anunciada para lançamento em 2022, agora não chegará ao Disney+ antes de 2025, apesar de as filmagens terem terminado anos antes.
Comentários negativos também acompanharam o lançamento de The Acolyte, série que enfrentou tanto ridicularização online quanto baixos índices de audiência, segundo dados da Nielsen.
No entanto, não é apenas Star Wars que viu um declínio; a Marvel também experimentou uma diminuição na demanda, apesar de algumas exceções como o sucesso recente de Deadpool & Wolverine nos cinemas, sugerindo que ainda há espaço para sucesso quando o foco está na qualidade e em personagens que realmente são queridos pelo público.
A dependência do Disney+ de títulos Marvel e Star Wars está sendo reavaliada. A empresa está agora mais focada em diversificar suas ofertas. A introdução da aba STAR no Disney+ da América Latina e a integração do Hulu nos EUA são um indicativo da direção que a plataforma está tomando.
Investimentos em novas produções caras de Marvel e Star Wars continuam, mas em doses menores, evidenciando uma estratégia de maior variedade para atrair o público. Contudo, estamos em um momento de transição onde, apesar da percepção da necessidade de mudança, ainda não há um plano concreto para preencher completamente o vazio deixado pela redução de lançamentos de grandes títulos.