A Paramount tem passado por diversas mudanças em seus negócios, principalmente devido à transição do modelo linear para o digital e outras mudanças gerais no setor de entretenimento. Apesar das ofertas de compra da Skydance e da Sony, a empresária norte-americana Shari Redstone, que detém a maioria das ações da Paramount, recusou ambas as propostas, escolhendo em vez disso focar em transformar os negócios da companhia.
Um dos principais aspectos dessa transformação é o fortalecimento do negócio de streaming da empresa. Apesar do Paramount+ contar com mais de 70 milhões de assinantes ao redor do mundo, a divisão vem perdendo centenas de milhões de dólares a cada trimestre, uma situação que a empresa busca reverter urgentemente.
No ano passado, houve a fusão do Paramount+ com o Showtime, e recentemente a Paramount começou a remover a maior parte do seu conteúdo online de seus próprios sites, como Comedy Central e MTV, incentivando as pessoas a se inscreverem no Paramount+ para acessar esse conteúdo.
Conversas e negociações em andamento
Segundo informações da CNBC, uma fusão entre o Paramount+ e o Max, da Warner Brothers Discovery, parece agora ser uma possibilidade real. Além disso, a Paramount está em discussões ativas com outras empresas de mídia e tecnologia para explorar a fusão do Paramount+ com outra entidade de streaming que poderia ser copropriedade da Paramount.
A chamada “guerra de streaming” têm afetado muitos dos grandes estúdios, que estão descobrindo que a ideia de cada um lançar um serviço de streaming e automaticamente ser bem-sucedido não é mais uma realidade.
A competição acirrada por números de assinantes, semelhante aos da Netflix, está custando caro demais para esses estúdios, que investiram bilhões na construção de novas tecnologias, renunciando às receitas de licenciamento, reduzindo as bilheterias e criando conteúdo original. Em resposta, os estúdios começaram a reescalonar seus planos.
Uma fusão entre o Paramount+ e o Max ajudaria ambos os estúdios a competirem em uma escala maior, aumentando o engajamento e as receitas de publicidade, ao mesmo tempo que reduziria os custos.
Redução de custos e aumento de engajamento
Chris McCarthy, CEO da Paramount, mencionou durante um evento interno da empresa que “O que eles não têm é nossa escala de conteúdo, e juntos nós formaremos uma combinação muito poderosa para impulsionar mais minutos e maiores lucros“.
Ele também falou sobre os benefícios de fundir suas plataformas de streaming com Warner ou Comcast: “A grande quantidade de conteúdo de sucesso que poderíamos oferecer juntos seria tremenda, abrangendo TV, cinema e esportes, e atrairia milhões de espectadores. Além disso, compartilharíamos todas as outras despesas não relacionadas ao conteúdo.“
Essa estratégia poderia ser uma forma de enfrentar um dos maiores problemas atuais dos serviços de streaming: a perda de assinantes que começaram a reduzir a quantidade de serviços de streaming a que estão inscritos desde o fim do boom durante a pandemia.
Com menos tempo para assistir TV e, principalmente, menos dinheiro para pagar por múltiplas plataformas, uma fusão pode oferecer uma solução tanto para os estúdios quanto para os consumidores, buscando uma estabilização no mercado cada vez mais saturado de opções de streaming.