George Lucas, o renomado criador de Star Wars, tem se mantido relativamente afastado dos holofotes desde a venda da Lucasfilm para a Disney há mais de dez anos. Contudo, recentemente, ele decidiu intervir em uma disputa corporativa que está em andamento, expressando seu apoio à gigante do entretenimento.
No final do ano passado, veio à tona que Isaac Perlmutter, polêmico ex-presidente da Marvel Entertainment, uniu forças com Jay Rasulo, executivo veterano da Disney, e prometeu suas ações da The Walt Disney Company ao bilionário empresário Nelson Peltz.
A firma de Peltz, Trian Partners, possui uma participação de US$ 3 bilhões na Disney. Após levar o caso aos acionistas, Peltz busca conquistar três dos doze assentos no conselho administrativo da organização.
A Disney declarou abertamente que Perlmutter possui uma “agenda pessoal” contra Bob Iger, atual CEO, e que seus interesses “podem ser diferentes dos de todos os outros acionistas”. Dado que as ações de Ike representam 80% da participação da Trian, eles poderiam, obviamente, causar grandes problemas.
George Lucas entra na disputa dos acionistas
Agora, Iger conta com um aliado de peso na luta contra os investidores ativistas.
“Criar magia não é para amadores. Quando vendi a Lucasfilm há pouco mais de uma década, fiquei encantado em me tornar um acionista da Disney devido à minha longa admiração pela sua marca icônica e pela liderança de Bob Iger,” disse Lucas em um comunicado via The Hollywood Reporter.
“Quando Bob recentemente retornou à empresa durante um momento difícil, fiquei aliviado. Ninguém conhece a Disney melhor. Permaneço um acionista significativo porque tenho plena fé e confiança no poder da Disney e no histórico de Bob em gerar valor a longo prazo. Votei todas as minhas ações a favor dos 12 diretores da Disney e insto outros acionistas a fazerem o mesmo.”
George Lucas é o mais recente nome de impacto a apoiar Iger e a Disney, seguindo declarações semelhantes da família de Walt e Roy Disney, bem como da firma de serviços para acionistas Glass Lewis, que esta semana divulgou sua recomendação de apoio ao conselho da Disney.
Não se sabe exatamente quanto em ações George Lucas possui, mas quando a empresa adquiriu a Lucasfilm por US$ 4 bilhões, o negócio supostamente incluiu até US$ 1,8 bilhão em participação.
Perlmutter fez muitos inimigos durante seu tempo na Marvel e, segundo relatos, tentou impedir o desenvolvimento de Pantera Negra e Capitã Marvel pela Marvel Studios, alegando que brinquedos representando super-heróis negros e femininos não venderiam bem.
Quando a decisão foi tomada de substituir Terrence Howard por Don Cheadle na sequência de Homem de Ferro em 2010, Perlmutter teria dito a um executivo da Disney que a mudança economizaria dinheiro e ninguém notaria porque “pessoas negras se parecem”.
Perlmutter também não é fã de Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, e caso consiga recuperar algum poder na Disney, mudanças significativas no MCU podem estar no horizonte.