Em um momento de forte concorrência no mercado de streaming, a Disney se encontra no centro das atenções, à medida que se aproxima sua reunião anual de acionistas em 3 de abril de 2024. A gigante do entretenimento enfrenta pressões significativas de grupos de investidores ativistas, incluindo o bilionário Nelson Peltz e seu fundo Trian Fund Management, que possuem bilhões em ações da Disney e buscam uma vaga no conselho de diretores da empresa.
A Trian criticou a abordagem atual da Disney em relação ao seu serviço de streaming, o Disney+, e a colaboração com o Hulu, serviço de streaming controlado pela Disney nos Estados Unidos, argumentando que a direção atual é “a causa raiz do desempenho abaixo do esperado da Disney” nos últimos anos.
Segundo um relatório de 130 páginas publicado pelo grupo, a estratégia de gastos e desenvolvimento em torno do Disney+ é vista como falha e ainda não atingiu seu potencial total, apontando a parceria com o Hulu como uma das principais questões devido a atrasos processuais.
Propostas de fusão e reestruturação
Entre as soluções propostas pela Trian, está a eliminação completa da marca Hulu, argumentando que manter o melhor conteúdo de entretenimento geral da Disney sob a “aba” do Hulu não otimiza o engajamento do usuário.
Em vez disso, sugerem uma integração total do Disney+ e Hulu em um único produto, visando melhorar a interface do usuário/experiência do usuário, auxiliar na descoberta de conteúdos e aproveitar melhor os motores de recomendação. Esta sugestão vem logo após a iniciativa da Disney de lançar o Hulu no Disney+ em modo beta, com planos de uma fusão completa após finalizar a compra do Hulu da Comcast.
Além disso, a Trian acredita que consolidar o Hulu e o Disney+ em um único produto e organização poderia melhorar a economia por assinante e realizar eficiências de custo, com analistas de Wall Street estimando uma economia de cerca de 1 bilhão de dólares.
Conteúdo e custos
A Trian também expressa a necessidade da Disney de tomar mais “chances em objetivos” e aumentar os riscos criativos fora de suas franquias centrais, semelhante à Netflix, diversificando gastos em projetos de menor custo para equilibrar o conteúdo de franquia de alto orçamento.
Essa estratégia visa a diversificar e reduzir o risco de fracassos caros no streaming, um ponto crítico dado o recente histórico de conteúdos originais do Disney+ muito dependentes de franquias e que resultaram em vários fracassos.
Encerrar o Disney+ em alguns mercados
Em relação à operação global do Disney+, a Trian sugere uma reavaliação dos mercados em que a plataforma opera, apontando a complexidade e os custos associados à presença em mais de 150 países.
A sugestão inclui a adoção de estratégias de licenciamento de conteúdo em mercados com economias “desafiadoras”, refletindo a recente parceria da Disney com Reliance e Viacom18 na Índia.
Com a reunião anual de acionistas no horizonte, as decisões tomadas podem definir novos caminhos para a gigante do entretenimento, enquanto busca otimizar sua oferta de streaming e responder às pressões de investidores ativistas.
Fonte: WhatsOnDisneyPlus